Os contratos de concessão de sete polos de pedágios gaúchos acabam em 2013 e o governo do Estado já sinalizou a posição de não prorrogá-los. Uma possibilidade estudada para substituir o modelo atual é a adoção de pedágios comunitários. No entanto, o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Servilha Duarte, afirma que não vê a operação dos pedágios comunitários no Rio Grande do Sul como uma boa experiência, já que não houve melhora das rodovias com essa iniciativa.

O dirigente comenta que, em princípio, a não renovação dos contratos não causará insegurança para o setor, porque é algo que “está dentro da regra do jogo”. Porém, ele ressalta que se o governo resolver não realizar a manutenção dos acordos ou novas concessões, será uma medida que irá na contramão das tendências mundiais. Duarte lembra ainda que há pendências que terão que ser discutidas entre governo e empresas, pois houve atrasos de reajustes e tarifas reduzidas. Segundo ele, terá que ocorrer um acerto de contas entre as partes envolvidas.

As concessões e outros assuntos estão sendo debatidos durante o 7º Congresso Brasileiro de Rodovias e Concessões (CBR&C) e a 7ª Exposição Internacional de Produtos para Rodovias (Brasvias). Os eventos, promovidos pela ABCR, se iniciaram ontem e serão encerrados amanhã, em Foz do Iguaçu (PR), no Bourbon Cataratas Convention Resort. Duarte relata que o encontro destaca temas como segurança no trânsito, tecnologia, entre outros. Ele cita como exemplo o sistema free flow, que dispensa a necessidade de cabines de pedágio.

O dirigente explica que essa última solução permitiria que fossem instalados pórticos a cada dez quilômetros de rodovias, o que possibilitaria uma cobrança mais proporcional à distância percorrida pelo veículo. Ele detalha que há duas maneiras para realizar a cobrança sem a existência das praças de pedágio: todos os veículos possuírem uma placa eletrônica (o Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículo – Siniav) ou pelo uso de câmeras.

Também durante o congresso foi apontada a oportunidade de se aproveitar a experiência do modelo de concessões rodoviárias para melhorar a infraestrutura aeroportuária. O professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (Feausp) James Wright salienta que o Brasil precisa buscar recursos privados para ampliar os aeroportos.

Conforme o pesquisador, somente no aeroporto de Viracopos (Campinas) está prevista a necessidade de aportar R$ 6,27 bilhões. Wright enfatiza que o País, em breve, sediará eventos que atrairão muitos turistas, como é o caso da Copa do Mundo de Futebol e das Olimpíadas. De acordo com o professor, a expectativa é de que, até 2020, a movimentação de passageiros pelo modal aéreo nacional cresça 299%.