O Governo deverá fazer um reajuste entre 14% e 20% das tarifas dos pedágios no início de 2016 para compensar a eventual perda de receita e aumento do custo das concessionárias de rodovias com a chamada nova lei dos caminhoneiros, principalmente pela isenção de cobrança de eixo suspenso em caminhão vazio. Em função disso as ações dos grupos que controlam rodovias como CCR, Ecorodovias e Arteris tiveram valorização das suas ações hoje na Bolsa de Valores. No caso dos dois primeiros grupos a valorização chega a quase 5%, depois de sucessivas quedas, o que confirma que os aumentos devem de fato ocorrer.

Além disso, as concessionárias ainda tem a possibilidade de ter ganhos na justiça em função dos contratos vigentes que não prevêem a isenção de cobrança de pedágio por eixo suspenso. Devido ao momento político conturbado a estratégia do Governo e das concessionárias, na sua muitas delas controladas por empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, tem sido de evitar confrontos com os caminhoneiros.

Inclusive aumentos de pedágio que deveriam ocorrer por força de contrato foram adiados temporariamente, como o caso da BR-393/RJ e o início de cobrança no trecho da BR-050/MG onde as praças estão prontas. Portanto, tudo indica que no futuro breve todos os usuários de rodovias vão pagar o preço da nova lei que embora seja chamada popularmente de lei dos caminhoneiros é na verdade a Lei dos Embarcadores, pois são os donos da carga os maiores beneficiados com o repasse do custo do pedágio para toda a sociedade.