Vinte e uma pessoas morreram neste ano em acidentes no Anel Rodoviário de Belo Horizonte (MG). Balanço da Polícia Militar Rodoviária revela que até abril de 2011 foram 976 acidentes e 329 feridos. Na noite da última quarta-feira (1º), o motociclista Roberto Silvestre Vieira, 44 anos, morreu próximo ao bairro Engenho Nogueira, na região noroeste da capital mineira. A caminhonete que derrubou a moto dele fugiu sem prestar socorro.

Em todo o ano passado foram 39 mortes, 3.055 acidentes e 1.271 feridos. Depois da tragédia de 28 de janeiro deste ano, quando cinco pessoas morreram em um acidente envolvendo 12 veículos, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) aumentou de oito para 14 o número de radares para flagrar o excesso de velocidade no Anel Rodoviário.

Um radar instalado há dois meses no bairro Olhos D’água, região oeste de Belo Horizonte, ainda não começou a multar os motoristas infratores por falta de energia. Equipamento que ficava no km 22, no bairro Palmeiras, na região oeste, foi derrubado há um ano em um acidente. Um outro radar foi danificado em um acidente com caminhão no final do ano passado.

O engenheiro Carlos Eduardo Bragança, 43 anos, especialista em rodovias, disse que é preciso mais equipamentos.

– Para evitar que mais pessoas morram em acidentes no Anel Rodoviário é preciso colocar pelo menos 26 radares, um a cada quilômetro. Se isso não for feito, teremos outras tragédias, com a que ocorreu no início do ano.

Segundo ele, o Anel Rodoviário, que tem 26,5 km de extensão, possui hoje tráfego diário de quase 90 mil veículos.

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o trecho mais crítico é a descida do Bairro Betânia, onde cinco pessoas morreram no dia 28 de janeiro. A PM informa que neste trecho a pista afunila, causando congestionamento.

– É importante que a descida do bairro Betânia tenha o maior número de radares, medida que vai evitar que os caminhões abusem do excesso de velocidade. Quando eles estão carregados, dificilmente conseguem parar quando o sistema de freios esquenta.

A Polícia Militar Rodoviária tem três radares móveis que são usados para fiscalizar o excesso de velocidade. Pelo menos 100 veículos são multados diariamente, segundo o tenente Geraldo Donizete, responsável pelo policiamento do Anel Rodoviário.

As obras de revitalização do Anel Rodoviário, orçadas em cerca de R$ 700 milhões, deverão ser iniciadas no começo de setembro. O edital com as regras para a licitação foi publicado no início da semana no Diário Oficial da União. As obras vão durar três anos.

O projeto do Dnit prevê a retirada das famílias que moram na favela da Luz, na região nordeste, além de três trincheiras, uma delas no bairro São Gabriel, na mesma região, o que evitaria a passagem pela via dos veículos que não precisam acessar as rodovias federais.

O Dnit informou que já pediu à Cemig para fazer a ligação da energia do radar no bairro Olhos D´ Água. Já em relação aos que foram danificados em acidentes, ainda não há previsão de reposição.