Considerada uma droga devastadora as anfetaminas ganharam um público livre de qualquer suspeita os caminhoneiros e se espalha pelas rodovias federais do país, trazendo uma preocupação tanto para quem dirige como para os viciados que transportam cargas pesadas.

As anfetaminas são drogas estimulantes que alteram o nosso psíquico aumentando, estimulando ou acelerando o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso central permitindo sensação de excitação e ansiedade que pode levar o usuário a ficar dias sem dormir.

Por ser uma droga de uso terapêutica são facilmente encontradas nas farmácias, que são obrigadas a vendê-las sob prescrição médica, no entanto as anfetaminas passaram a fazer parte de uma rede de traficantes que lucra milhões de reais anualmente com a venda proibida dos produtos.

Na gíria popular do caminhoneiro nas rodovias federais do Brasil este tipo de droga é conhecido como “rebite”. “Tendo um prazo para entregar determinada mercadoria os caminhoneiros tomam o ‘rebite’, objetivando dirigir à noite e não pegar no sono ficando presos ao volante”, afirma o inspetor S. Ferreira da Polícia Rodoviária Federal no Pará.

No último final de semana durante uma operação da PRF na barreira entre os municípios de Ipixuna do Pará e Mãe do Rio as margens da BR-010 foram presos cinco caminhoneiros cujos veículos foram encontradas substâncias químicas proibidas, como anfetaminas e cocaína.

No primeiro dia da operação foram presos no Posto da PRF do município de Mãe do Rio os motoristas Luiz Augusto Sardinha da Costa, que dirigia uma carreta e na revista encontrados na cabine do veículo frascos com 25 comprimidos de anfetaminas. Logo em seguida, o motorista Arnobson de Sousa Borges foi flagrado com 16 comprimidos da anfetamina Desobesi-M.

No dia seguinte no posto da PRF de Ipixuna do Pará o motorista que dirigia uma carreta Scania foi encontrado com cinco comprimidos da substância Nobesi e em outra carreta dirigida por William Domicio de Souza Firmiano foi encontrado no bolso da sua camisa oito pílulas as chamadas “rebites”.

Tacógrafo marcava 30 horas no ar

Segundo os policiais rodoviários federais o caso que mais chamou atenção veio do caminhoneiro Rodrigo de Sousa Costa de 33 anos que dirigia uma carreta Mercedes Benz vindo de Vargem Grande do Sul para Belém do Pará com uma carga de repolho sendo flagrado na revista com um frasco contendo pasta de cocaína.

O que chamou a atenção dos policiais não foi à quantidade de droga apreendida, mas sim a utilização que os caminhoneiros fazem da mesma. Os federais verificaram que de acordo com o registrado no cartão do tacógrafo, o caminhoneiro estava dirigindo por cerca de 30 horas sem descanso fato confirmado por Rodrigo Costa.

“Sob efeito de drogas como cocaína ou de substâncias como a anfetamina, esse “profissionais do volante” colocam muitas vidas em risco, pois dirigem por tempos elevados, sem qualquer descanso físico” informa o inspetor S. Ferreira da Assessoria de Comunicação da PRF.

Em outra situação o motorista Walisson Ferreira de Sousa dirigindo uma carreta Scania por apresentar um comportamento suspeito foi revistado sendo encontrado com vários papelotes de cocaína. Interrogado ele informou que comprou a droga em um posto de gasolina no município de Mãe do Rio.

Diante dos fatos, as ocorrências foram encaminhadas às respectivas Delegacias de Polícia Civil, para que fossem tomadas as devidas providências legais.

Segundo especialistas as anfetaminas provocam dependência física e psíquica, podendo acarretar, com seu uso frequente, tolerância à droga, assim como a sua interrupção brusca, síndrome de abstinência.Elas são em geral consumidas por via oral ou injetadas, são consideradas psicotrópicos estimulantes, podendo induzir a um estado de grande excitação e sensação de poder. Seu uso prolongado pode provocar forte dependência, sendo que no extremo podem surgir alucinações e delírios.

Em outros casos relatados podem produzir taquicardia, aumento da pressão arterial e arritmias cardíacas, além de alucinações ou ilusões visuais. No coração a droga age diminuindo a quantidade de oxigênio, glicose e outros nutrientes transportados pelo sangue acelerando os batimentos cardíacos, aumentando a pressão arterial, podendo levar ao infarto agudo.