Orçada em R$ 390 milhões, sendo R$ 21 milhões para desapropriações, mas ainda sem recursos definidos, a rodovia do Arco Rodoviário Metropolitano, que interligará a BR-116, – na região dos municípios de Pacajus e Chorozinho -, ao Porto do Pecém, poderá vir a cobrar pedágios, como forma de retribuir os investimentos. A cobrança só seria efetivada se for confirmada a Parceria Público Privada (PPP), que o governo do Estado busca para garantir os parceiros que irão financiar as obras.

Segundo a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), no momento, uma empresa de consultoria contratada realiza estudos de um Processo de Manifestação de Interesse (PMI), para avaliar a viabilidade de realização de uma PPP. De acordo com a Seinfra, o custo total do projeto, em valores atualizados, é de cerca de R$ 390 milhões, sendo previstos R$ 21 milhões para desapropriações.

O orçamento será dividido em quatro trechos, da seguinte forma: Da BR-222 ao Pecém, com 22 Km de extensão, estão previstos R$ 80 milhões, enquanto os 34,5 Km da CE-060 à BR-020, estão orçados em R$ 124 milhões. O trecho da BR-020 a BR-222, com 30 Km, custará R$ 103 milhões e o da BR-116 à CE-060, com 24,4 Km, outros R$84 milhões.

Audiências públicas

Paralelamente a busca por fontes de recursos, o Departamento Estadual de Rodovias (DER) e a Superintendência do Meio Ambiente (Semace) prosseguem realizando audiências públicas para apresentação dos projetos executivos, dos Estudos de Impactos Ambientais (EIA-Rima) e consequentes discussões, entre representantes dos órgãos Estaduais, das prefeituras e das comunidades atingidas pela obra. Na tarde de ontem, a segunda reunião do tipo foi realizada em São Gonçalo do Amarante. O primeiro encontro aconteceu na última terça-feira, com a comunidade de Guaiúba, e a terceira audiência pública está marcada para o próximo dia 29, em Pacajus.

Escoamento da produção

O arco rodoviário completo terá 108,2 quilômetros de extensão, sendo 88 quilômetros em área rural e mais 20 quilômetros do trecho da BR-222 ao Porto do Pecém. A rodovia contará com duas faixas de tráfego de 3,5 metros por sentido, acostamento de 2,5 metros, além de um metro de faixa de segurança.

Segundo o supervisor do Núcleo de Impacto Ambiental da Semace, Ivão Betão de Aquino, uma obra dessa dimensão, não tem como não gerar impactos ambientais negativos. Por isso, destaca, são importantes a realização das audiências públicas.

Conforme disse, nessas reuniões se discutem os problemas, mas também os impactos positivos que a nova rodovia poderá gerar, como o escoamento da produção do interior do Estado, para o Porto do Pecém, e as perspectivas de viabilizar a implantação de polos industriais ao longo do seu percurso. Outro benefício será a conexão com as duas linhas tronco da Transnordestina Logística e a implantação de terminais rodoferroviários.