Durante os dias que antecederam a comemoração do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito, fiquei impressionado com o relato das de várias pessoas sobre como, logo depois do acidente, foram abordadas por agentes funerários, advogados e até funcionários de hospitais, todos naturalmente se propondo a “ajudar” a vítima ou seus familiares, principalmente quanto ao recebimento do seguro DPVAT.

Lógico que o agente funerário, por exemplo, também cumpre um papel social, mas o problema está na forma de abordagem de maus profissionais e no sombrio relacionamento que mantém com pessoas inescrupulosas, tudo para levar vantagem da família da vítima, aproveitando-se do estado de choque.

Recentemente assisti uma matéria que mostrava um advogado, de uma cidade do interior do Nordeste, que tinha procuração para receber o DPVAT de 20% da população. Portanto, quando alguém morria na cidade, ele olhava o corpo e quando identificava que tinha procuração do morto, já seguia em busca do recebimento do dinheiro.

A família, geralmente de origem humilde, muitas vezes se sentia agradecida porque ele pagou o enterro e esquecia da indenização do DPVAT. Quando lembrava o advogado procurava enrolar, ganhar tempo e, quando muito pressionado, aparecia com um valor bem menor que a indenização efetivamente recebida do DPVAT, pegava um recibo de quitação e dava o caso por encerrado.

Para evitar que vítimas e seus familiares sejam duplamente vítimas: do acidente e do oportunista, a Seguradora Líder, que administra o DPVAT, tem realizado inúmeras campanhas e ações para informar como evitar  ser enganado nessas situações.

A divulgação é feita em vários veículos de informação, sem contar o sitio na internet www.dpvatsegurodotransito.com.br que fornece informações sobre como receber o valor integral do benefício a que a vítima ou seus familiares fazem jus.

É o contra-ataque institucional das autoridades e DPVAT para enfrentar quem vive de explorar as vítimas e seus parentes. Entretanto, os oportunistas de plantão levam uma vantagem. Eles se aproximam na hora do acidente quando a capacidade de raciocínio de qualquer ser humano está prejudicada. Afinal, quem consegue pensar com calma quando perde um ente querido ou está dando entrada num hospital?

Já quanto às campanhas informativas, em geral o público toma conhecimento vendo tv ou ouvindo rádio, momentos em que acidentes não representam uma preocupação. Nessa hora é difícil fixar as informações detalhadas. O importante é que você lembre que para receber o DVPAT a vítima e seus familiares não precisam de advogado, nem ninguém para “ajudar”. É possível fazer tudo sozinho.

E caso você tenha veículo, lembre-se que ao pagar o seu seguro DPVAT você está contribuindo para dar algum conforto e apoio a família de milhares de brasileiros. Somente com as indenizações por morte e invalidez permanente estamos falando de mais de 300 mil beneficiados por ano.

Ao mesmo tempo, procure ser consciente no trânsito seja como motorista, passageiro ou pedestre. O seguro social no Brasil funciona e quem sabe um dia ele praticamente não será mais necessário quando evoluirmos como sociedade e não tivermos mais acidentes e mortos no trânsito.  Depende só de nós.

Autor: Rodolfo Alberto Rizzotto – Editor do www.estradas.com.br e Coordenador do SOS Estradas

 

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