Trecho da BR-364, em Rondônia (Foto: Reprodução/TV Rondônia)
Após um ano e meio sem obras de recuperação por causa de projetos suspensos para análise do Tribunal de Contas da União (TCU), o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) de Rondônia disse, em março, que iniciaria a reforma nas rodovias federais 364, 425, 174, 435, 421 e 429 em abril. Entretanto, as péssimas condições da única rodovia que liga o estado ao Centro-Oeste do país têm assustado motoristas e dificultado o escoamento da produção agrícola. No início de abril, o setor agrícola assinou um documento pedindo providências ao Dnit.

O trabalho de recuperação deve durar dois anos e meio, em mais de mil quilômetros de extensão, com investimentos que passam dos R$ 500 milhões. Mas a restauração das rodovias, dividida em quatro fases, ainda custa a sair do papel.

O primeiro trecho, de Vilhena (RO) a Pimenta Bueno (RO), na BR-364, já foi licitado, mas a validade da proposta da empresa venceu e deve ser licitada novamente até o início de maio. O segundo trecho, de Ouro Preto do Oeste (RO) a Pimenta Bueno (RO), também na mesma rodovia e considerado o mais crítico, foi iniciado em agosto do ano passado e suspenso por causa do período chuvoso, devendo ser retomado em maio.
Somente o pacote de obras da BR-364 entre Porto Velho e Vilhena tem investimento total previsto de R$ 450 milhões. O recurso é do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) II.

O trecho da BR-425, em Rondônia, que liga Guajará-Mirim a Nova Mamoré e à BR-364, torna a viagem dos motoristas que trafegam pela via mais demorada e perigosa. O descaso com a rodovia faz os condutores demorarem, em média, três horas para percorrer cerca de 130 quilômetros. O Dnit afirmou que a rodovia nunca passou por reforma desde sua construção há 30 anos, mas que há um projeto de restauração em fase de licitação, mas sem previsão de início das obras.

Representantes da Associação Comercial e das prefeituras de Guajará-Mirim (RO) e Nova Mamoré (RO) solicitaram providências ao Ministério Público Federal (MPF) no início de abril devido às péssimas condições da BR-425. “Nós perdemos competitividade no mercado internacional, porque nossa logística se torna um frete caro pelas más condições da BR [364], afirma o secretário Estadual de Agricultura, Evandro Padovane
Na época, o procurador da república Reginaldo Trindade, disse que quando a documentação fosse encaminhada ao MPF, o órgão iria elaborar uma recomendação para que o Dnit realizasse as devidas manutenções na rodovia.