O Coordenador do SOS Estradas defende que as autoridades deveriam ser responsabilizadas por não atingirem as metas de redução de acidentes. Leia o artigo:

É preciso responsabilizar as autoridades pelas mortes no trânsito

Há muitos anos que neste período somos procurados para fazer balanços dos mortos e feridos nas rodovias durante o Carnaval, assim como ocorre em outros feriados.

Historicamente, nos últimos dez anos,  estamos falando em pelo menos 200 mortos no somatório de rodovias federais e estaduais em cada feriado prolongado, sem contar os aproximadamente 2.000 feridos.

A situação é tão absurda que temos condições de prever com certa precisão quantas pessoas vão morrer a cada feriado. Apesar de algumas boas notícias aqui e ali, a verdade é que nestas datas a imprensa quer números para fazer as manchetes e não está realmente preocupada com o que está sendo feito de correto ou não.

As autoridades ficam ávidas para apresentar qualquer redução nas vítimas  para que possam aparecer bem na mídia, como se realmente estivessem fazendo algo significativo. Naturalmente há quem procure fazer o melhor mas muitas vezes sequer tem o apoio mínimo para isso.

A verdade é que o Brasil se acostumou com as mortes nas estradas e no trânsito, assim como se habituou com a violência urbana. Em 2017 o número de indenizações por morte pagas pela Seguradora Líder, que administra o DPVAT, aumentou 23%, foram 41.151 vítimas fatais.

Portanto, a realidade é que as mortes ao longo do ano aumentaram, apesar de todo esforço de alguns órgãos e do discurso de muitas autoridades que tem o dever de combater essa chacina anual.

Somente vamos ter redução consistente de vítimas da violência no trânsito quando tivermos metas e as autoridades, em todas as esferas, municipal, estadual e federal, forem responsabilizadas quando elas não forem atingidas.

Por isso, lamentamos dizer que provavelmente estaremos aqui protestando novamente no feriado da Páscoa e nos demais que o ano nos oferece, caso a sociedade e imprensa não exijam resultados que são medidos em menos mortos e menos familiares desesperados.

Rodolfo Alberto Rizzotto – Coordenador do SOS Estradas