A Polícia Civil de Cristal já identificou o objeto que causou a morte de Renato Lang Kranlow, de 44 anos. O caminhoneiro foi atingido por uma pedra de 14 centímetros enquanto trafegava pela BR 116 na noite dessa quarta-feira. O motorista morreu no km 419 da rodovia, entre Cristal e Camaquã, durante o protesto da categoria na estrada federal.

Em entrevista ao site do Correio do Povo nesta quinta-feira, o comissário de Polícia de Cristal, Sérgio Linck, esclareceu alguns detalhes dos fatos que culminaram na morte de Kranlow. “Antes de ser atingido pela pedra, ele se desentendeu com outros caminhoneiros envolvidos na manifestação em um posto de combustíveis. Ele acabou tomando um soco por ter furado um bloqueio do protesto. Atordoado, ele pediu auxílio de policiais rodoviários”, contou.

Após a agressão em Camaquã, Kranlow foi encaminhado a um hospital da região e fez contato com o filho de 19 anos, também caminhoneiro, que estava em Pelotas. O telefonema, penúltimo contato entre os dois, serviu apenas para avisar que o motorista estava a caminho do atendimento.

Depois de ser examinado, Kranlow decidiu seguir viagem, desta vez acompanhado por uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Durante a viagem, sete quilômetros depois da agressão, o condutor recebeu o último contato do filho, preocupado com a situação do pai. Kranlow apenas disse que não poderia falar naquele momento.

“Os policiais me relataram que estavam acompanhando o caminhoneiro quando de repente o veículo começou a sair para o lado direito. Eles pensaram que o motorista simplesmente estava parando porque não se sentia bem. Só que o caminhão não parou e bateu no acostamento”, explicou o comissário Linck.

Assustados com o acidente, os policiais rodoviários saíram da viatura e foram verificar o que havia ocorrido. Eles encontraram o parabrisa do lado do motorista danificado e Kranlow já sem vida. “Pelo que observamos, a pedra atingiu o peito do caminhoneiro e ainda bateu no olho dele. Não podemos afirmar que o objeto rasgou o pescoço. Isso quem irá dizer com certeza são os responsáveis pela perícia”, explicou Linck.

O caminhoneiro saiu de Pelotas e seguia para Porto Alegre. O caminhão de Kranlow estava carregado com material reciclável.

Intimados

O comissário Sérgio Linck afirmou que depois de tomar os depoimentos dos dois policiais rodoviários, já intimou dois homens que podem esclarecer o crime. “A investigação já foi iniciada e até o momento chamei dois homens. Já temos relatos de outros casos envolvendo arremesso de pedras naquela região e agora vamos descobrir tudo isso”, afirmou.