Apesar da ameaça de multa do Governo Federal, vários estados continuam com pontos de bloqueio, especialmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde vivem muitos caminhoneiros. Mas algumas situações ocorreram também no Sudeste, em São Paulo, em trechos da Dutra, próximo de Guarulhos e na região de Teresópolis, na BR-116, no Rio de Janeiro. No Ceará um bloqueio da BR-116 foi desfeito no final da tarde deste domingo.

Ao menos seis Estados registram manifestações de caminhoneiros neste domingo (1º), segundo informações das polícias rodoviárias locais. Além de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Ceará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul informaram interdições nas últimas horas.

As 19h a Polícia Rodoviária Federal soltou nota oficial informando que  a PRF identificou o menor índice de interdições em rodovias federais desde o início das manifestações dos caminhoneiros. Segundo a PRF, na noite do sábado (28), em nove estados, existiam 52 interdições, sendo a grande maioria interdições totais (nenhum veículo circulava). As 18h deste domingo, ainda segundo a nota, não havia nenhuma rodovia federal com interdição total. Às 18h30, havia 12 interdições parciais, em duas unidades da Federação.

Os pontos de interdição parcial de rodovias federais que ainda persistem estão localizados nos estados de Santa Catarina (10 interdições parciais) e Mato Grosso (2 interdições parciais).

A diretora geral da PRF, Maria Alice Nascimento, disse que os policiais rodoviários federais mantêm o monitoramento nas BRs, com o apoio integrado da Força Nacional de Segurança Pública e as polícias estaduais. “O trabalho continua até o restabelecimento completo do transporte de carga, para garantir o abastecimento da população e a normalidade da atividade econômica”, explicou Maria Alice.

Os caminhoneiros protestam contra o aumento do preço do diesel e querem reajuste na tabela de fretes. Depois de não chegarem a um acordo com o governo federal em relação a propostas da categoria, seguiram com paralisações neste final de semana a despeito da ação da Força Nacional e do risco de multas.

Demonstrando absoluto conhecimento da realidade da estrada, o Governo marcou para o dia 10 de março reunião entre empresários e líderes dos caminhoneiros, embora não digam quem são, pois os últimos com que fez acordo demonstraram que lideram. A data parece inapropriada para o delicado momento que o setor de transportes está vivendo.

Mas se o Governo não vai aos caminhoneiros eles parecem que vão ao Governo. Durante o fim de semana vários comboios foram anunciados de caminhoneiro indo rumo a Brasília. A chegada da maioria é prevista para segunda-feira mas vários já estariam na cidade. Ainda não se sabe até que ponto será uma manifestação de peso ou se o movimento estaria perdendo força. Fala-se em até 5.000 caminhões de várias partes do país. Amanhã a sociedade vai saber se os números são reais ou não. De qualquer forma, o Governo sofreu um desgaste político irreparável nessa paralisação dos caminhoneiros.