Trafegar pela BR-262 no trecho entre Três Lagoas e Águas Claras pode ser tornar uma aventura perigosa. É o que denunciam motoristas de carga pesada que, rotineiramente, cruzam uma das mais importantes rodovias de escoamento da safra do MS.

O constante trabalho de conservação a cargo da empreiteira CGR não evita que o leito da rodovia esteja sucateado, colocando em risco na BR- 262 os caminhoneiros, ônibus de passageiros e automóveis.

Ouvidos pela reportagem do Midiamax, os motoristas denunciam que as obras de recapeamento são feitas apenas nos trechos mais críticos, enquanto os demais continuam a se deteriorar.
Na sequência, os Kms sem reparos pioram, demandando outro recapeamento. E quando esse segundo serviço é concluído, o primeiro trecho fica ruim novamente, porque o asfalto não suporta o peso dos caminhões.

Dessa forma, a rodovia permanece em eterna manutenção, sem que seus problemas mais graves sejam solucionados. Alguns motoristas afirmaram que a situação perdura há quatro anos.
Os trechos recapeados com 2,5 cm de capa asfáltica somam apenas seis kms e, junto com outros trabalhos de conservação, tem o custo de R$ 8 milhões.

Ao percorrer a BR 262 entre Água Clara e Três Lagoas, a reportagem comprovou a reclamação dos caminhoneiros. Há mais asfalto ruim que bom e, de fato, pontos reformados já apresentam remendos. Acostamento, quase nenhum.

O trecho da rodovia contrasta com muitos outros pontos em bom estado de trafegabilidade. De Água Clara até proximidades de Corumbá, a pista apresenta qualidade para o tráfego porque, segundo o Dnit/MS, foi restaurada.

A versão do Dnit

Segundo Milton Rocha Marinho, engenheiro responsável pelo Dnit/MS em Três Lagoas, todo o problema da rodovia se resume no esgotamento da vida útil da BR-262 no trecho, depois da última restauração em 2004.

Segundo ele, a restauração daquela época foi feita com recursos do BIRD, de baixo valor, insuficientes para a realização da obra com alta qualidade.

Portanto, segundo essa visão, só caberia ao Dnit reformar alguns pontos para a correção de defeitos, e realizar tapa-buracos. Sobre a falta de acostamento, o engenheiro argumentou que “a legislação exige 2,5 metros para cada lado, o que tornaria a construção inviável, devido ao alto custo.

“Em relação a remendos em trechos recém-recapeados, o engenheiro afirma que o que chama de “capinha” não tem prazo de durabilidade e “serve apenas para eliminar os pontos mais críticos”.

O engenheiro garante que “quando são detectados problemas de qualidade na execução por parte da empreiteira, o serviço é refeito e não é pago só uma vez”. Mesmo assim, se apressa em justificar, afirmando os “defeitos na capinha se devem às deformidades da estrutura da pista”.