Os caminhões que estão parados na BR-050, entre Uberlândia e Araguari, no Triângulo Mineiro, começaram a descarregar as cargas de soja no Terminal Integrador Araguari no início da tarde de ontem, sexta-feira (1º). O presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva, informou que durante a tarde houve uma negociação entre as cinco empresas donas das cargas, diretores do terminal e representantes dos caminhoneiros. Ficou acordado que as empresas pagarão R$ 0,80 por tonelada/hora, a partir do momento que o veículo ficou parado na fila.

A fila de caminhões parados na BR-050 chegou próximo dos 25 quilômetros. Eles estão no local desde a última quarta-feira (27). Não se sabe a quantidade exata de caminhões que estão na BR-050, mas estima-se, segundo a Unicam, que sejam, cerca de 2.500 veículos.
A expectativa da Unicam é que os caminhões sejam totalmente descarregados em até seis dias. De acordo com a VLI, empresa que administra o terminal, a média de caminhões descarregando, após a paralisação, deve ser de 500 por dia. O trabalho segue 24 horas.
Após descarregarem as cargas, os motoristas pegam um ticket e vão até o posto Décio, Parada Bonita, entre Uberlândia e Araguari, para receber pelo tempo de espera. Segundo José Araújo, a lei estabelece que em caso de espera pra descarregar, após 5 horas, o caminhoneiro tem direito a receber R$ 1 por tonelada/hora.

“As empresas geralmente costumam pagar R$ 0,45. Hoje, conseguiram R$ 0,80. Outra situação é que as empresas pagam estes valores quando é registrada a entrada no terminal. Na negociação de hoje conseguiram que o horário seja calculado a partir do momento da parada na fila, na estrada. A marcação vai ser com base no tacógrafo”, enfatizou.
A VLI explicou que a concentração de caminhões na região do Triângulo Mineiro foi devido às fortes chuvas que atingiram a Baixada Santista nos últimos dias.

A VLI disse ainda que o ocorrido, aliado ao período de pico da safra da soja precoce, levou alguns clientes a redirecionarem as cargas para o Terminal Integrador Araguari na intenção de escoar o produto através da Ferrovia Centro-Atlântica, também de administração da VLI, para o Porto de Tubarão (ES). Isso sobrecarregou as operações do terminal e causou concentração de caminhões nas proximidades.