A CE 040, rodovia mais movimentada do Ceará e reformada recentemente, tem no mínimo um fotossensor a cada 3 quilômetros. A grande quantidade de equipamentos instalados para flagrar motoristas que ultrapassarem 60 quilômetros por hora vem chamando a atenção de quem passa pela rodovia.

O asfalto novo é um convite para a alta velocidade. Mas na CE 040 quem ultrapassa o limite tem grande chance de ser multado. De Fortaleza até Beberibe, são 75 quilômetros. Um caminho vigiado por 28 redutores de velocidade na ida e 29 na volta. “Muita multa aí. Chega no final do mês, é muito dinheiro”, reclama o autônomo Luis Carlos.

Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), como não há passarela, os redutores de velocidade foram a melhor maneira encontrada para garantir a segurança na travessia. “Estão andando em velocidade permitida na via, que é de 80 km/h. Nas travessias, como a gente tem de reduzir a velocidade, nós colocamos os redutores para 60 km/h. Então, nós notamos que estão sendo obedecidas essas determinações na via”, explicou Júlio Cavalcante, engenheiro responsável pela sinalização.

Antes dos redutores, havia muitos atropelamentos, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE).
“Nós temos um grande número de acidentes envolvendo atropelamentos, principalmente próximos a essas comunidades”, afirmou o coronel Túlio Studart, comandante da PRE.

Moradores
Muitos moradores já sentiram a diferença, como o funcionário público Luiz Reinaldo. “Eles passavam aqui acima de 80km/h a 90km/h. Agora eles têm de diminuir para 60km/h senão vão ser multados”, disse.

Cada quilômetro da rodovia pode ser, para o motorista, apenas uma distância a ser vencida para chegar ao destino. Mas para quem mora à beira do asfalto, a rodovia é um obstáculo para ir ao comércio ou à escola. Para essas pessoas, os motoristas que não respeitam o limite de velocidade representam uma ameaça.

Mas nem tudo está perfeito. Depois de atravessar a primeira pista, a vala que divide a rodovia é um perigo, principalmente para os idosos. “A gente passar para o outro lado para pegar o transporte é difícil”, reclama a dona de casa, Maria Dantas.