As concessionárias de rodovias estão criticando veementemente a Lei 13.103/15, recém sancionada pela Presidente Dilma Roussef. Chamada popularmente por Lei dos Caminhoneiros, embora o Estradas.com.br defina como “Lei dos Embarcadores”, a nova legislação aumenta o risco de acidentes por várias razões mas as concessionárias de rodovias, através da sua associação, a ABCR, preferem enfatizar apenas a questão do excesso de peso e a não cobrança do eixo suspenso de caminhão vazio. Duas medidas que vão prejudicar a segurança, fluidez mas acima de tudo o faturamento das concessionárias. Veja o que diz trecho da nota oficial da ABCR.

“Rodovias menos seguras, viagens mais demoradas, pedágios mais caros e aumento de custos para os caminhoneiros. Estes serão os resultados da Lei 13.103, sancionada em 02 de março de 2015

Ao aumentar para 10% os limites de sobrecarga dos caminhões, a nova legislação permitirá que transitem, pelas rodovias, caminhões mais pesados, que terão estabilidade e capacidade de frenagem reduzidas, o que aumenta consideravelmente o risco de acidentes.

Já a liberação do pagamento do eixo suspenso para caminhões vazios, além de acarretar em maior tempo de viagem, terá como efeito o aumento do pedágio para todos os usuários, como forma de manter viabilidade das concessões de rodovias.”

NÃO FALAM SOBRE JORNADA E SAÚDE DOS MOTORISTAS

Nas operações de saúde que as concessionárias de rodovias realizam há muitos anos com motoristas profissionais, elas já detectaram as péssimas condições de saúde dos caminheiros, principalmente devido a brutal jornada de trabalho. Com a nova legislação os motoristas vão passar a repousar menos, pois o descanso entre jornadas cai de 11h para 8h, trabalhar mais, pois a jornada do empregado poderá ser de 12h e a do autônomo ficou sem limite, pois depende de homologação de paradas. Portanto, o autônomo agora pode dirigir quanto quiser.

Ciente disso e das consequências em termos de acidentes graves, em função da fadiga dos motoristas, as concessionárias não fazem nenhuma menção. É como se fechassem os olhos para o assunto e só conseguissem abrir para o seu interesse. “Infelizmente, as concessionárias de rodovias pensam com o bolso”, afirma Rodolfo Rizzotto, Coordenador do SOS Estradas.