O Índice ABCR de Atividade referente a fevereiro recuou 2,9% em comparação com janeiro deste ano, considerando os dados dessazonalizados. O índice que mede o fluxo de veículos nas estradas pedagiadas é produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias – ABCR em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada.

A queda do Índice em fevereiro foi generalizada, entre leves e pesados, em todos os estados. Esse movimento homogêneo é consistente com importante indicador antecedente já divulgado – a queda de 19,4% da produção de veículos em fevereiro contra janeiro, segundo dado da Anfavea, dessazonalizado pela Tendências.

Com relação a janeiro, o fluxo de veículos leves cedeu 2,8%, em termos dessazonalizados. Os leves estão relacionados diretamente à ocupação e renda, que já deram sinais de arrefecimento nos últimos dois meses. “O contexto de inflação pressionada e o mercado de crédito mais ameno acabam contribuindo para o comprometimento da renda das famílias e o fluxo de leves acompanha”, afirma Rafael Bacciotti, economista da Tendências. “O movimento dos leves passa por uma acomodação, mas a expectativa para 2013 ainda é um cenário positivo, de um crescimento moderado ao longo do ano”, ressalta Bacciotti.

Já o movimento dos pesados caiu 2,2% nessa mesma base de comparação. O fluxo de pesados está fortemente ligado à produção industrial, que vem se mostrando oscilante. “É sentido o efeito de ressaca do estímulo ao consumo, com o final da redução do IPI, principalmente na indústria automobilística, uma atividade que envolve uma cadeia longa, de muitos insumos, que impacta no fluxo das estradas”, explica o economista. Para ele, a queda dos pesados em fevereiro também foi influenciada pelo efeito da base de comparação alta, com o crescimento de 5,0% em janeiro de 2013 comparado a dezembro de 2012. “Projetamos melhora gradual da atividade industrial nos próximos meses e um desempenho mais robusto do setor de agronegócios, o que deve puxar a movimentação dos pesados em 2013”, afirma Rafael Bacciotti.

Em relação ao mesmo período de 2012, o índice total apresentou queda de 1,8%. O fluxo de veículos leves cedeu 2,2%, enquanto o fluxo de pesados recuou 0,5%.

Nos últimos doze meses, o fluxo total teve expansão de 3,7%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 4,3% e o de pesados, 2,2%.