A construção dos 22 quilômetros da BR-448 que irão desafogar o pesado tráfego de 130 mil veículos na BR-116 tem como diferencial a preocupação com o meio ambiente. São 21 programas ambientais que permitem que a rodovia faça jus ao seu apelido: Parque. Desde o controle de ruídos emitidos por causa da obra até a proteção dos recursos hídricos no subterrâneo da rodovia, passando pelo gerenciamento dos resíduos produzidos na construção, o empreendimento foi planejado de maneira a trazer o menor prejuízo ambiental possível.

As construtoras contratadas pelo DNIT devem seguir critérios básicos que minimizam os impactos, além de promover medidas rápidas e eficientes no caso de eventuais problemas durante os serviços. Os resíduos são controlados no canteiro de obras, e somente uma empresa autorizada pode transportá-los para reciclagem ou para aterros licenciados. Outro exemplo é o monitoramento da emissão de poeira nos caminhos de acesso e de gases pela frota a diesel em operação.

Além disso, há ações específicas para prevenir e corrigir erosões e instabilidade no solo, como a manutenção e o replantio, se necessário, de espécies nativas da região. Em complemento, haverá o resgate da fauna e da flora da região. Trata-se do transplante de espécies animais e vegetais para ambientes apropriados, e da revegetação de áreas, que também auxilia na manutenção de recursos hídricos. A rodovia contará ainda com estruturas de contenção e passagem da fauna, para reduzir ao máximo o número de possíveis atropelamentos.

Além dos recursos naturais, o empreendimento prevê a proteção dos recursos humanos. Por isso, os trabalhadores têm acesso a palestras e cursos sobre riscos no trabalho, vetores de doenças e até prevenção de DSTs. Além disso, a regularização fundiária será promovida. Realocar pessoas que vivem em situação de risco social vai trazer uma qualidade de vida melhor e, ao mesmo tempo, liberar a faixa de domínio para implantar a rodovia. Os moradores são convidados, ainda, a participar de ações de educação ambiental, para as crianças em escolas e os adultos nas lideranças comunitárias. As ações educativas visam também a preservação histórica. O objetivo é salvar sítios arqueológicos que possam ser encontrados durante a realização das obras.

A construção da Rodovia do Parque, toda em pista dupla, está avaliada em R$ 1 bilhão e deve ser concluída em março do ano que vem. A estrada também vai funcionar como um dique, para represar as águas do Rio dos Sinos. A cota de terraplenagem foi calculada com base na maior cheia histórica do rio, que ocorreu em 1941. Serão oito viadutos, além da ponte estaiada sobre o Rio Gravataí, que terá 330 metros de extensão. Serão construídos acessos aos municípios gaúchos de Esteio, Canoas, Porto Alegre, além de um acesso exclusivo à zona industrial portuária localizada em Canoas.