Há duas semanas, o aumento da pressão da água do Rio Pitimbu provocou o rompimento dos bueiros ármicos que passam por debaixo da BR-101, entre Natal e Parnamirim, abrindo uma cratera de aproximadamente 60 metros de comprimento.

Para solucionar o problema, em caráter de emergência, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realizou uma obra paliativa que foi alvo de críticas de órgãos ligados à engenharia civil como o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea/RN) e Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/RN). Para as entidades, um novo rompimento da rodovia poderá acontecer em breve, a exemplo do ocorrido em 23 de junho de 2004 e em 2008, exatamente no mesmo local.

Para que o problema fosse definitivamente sanado, de acordo com o presidente do Crea, Adalberto Pessoa de Carvalho, seria necessário realizar um trabalho de drenagem de toda a extensão da BR-101 entre o viaduto do 4º Centenário, em Natal, e o complexo viário de Parnamirim, além da construção de pontes sobre o Rio Pitimbu. “A drenagem não existe no trecho que desabou. Estão improvisando, mais uma vez, a passagem para o tráfego e o asfalto irá romper em breve”, ressalta Adalberto.

Ele acrescenta que o período chuvoso ainda não começou de fato e a chuva que provocou o desabamento do asfalto há duas semanas foi um indicativo do que poderá acontecer em breve, com o início do inverno. Apesar disso, Adalberto discorda do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que durante visita realizada ao trecho interditado, culpou a expansão imobiliária e a chuva pelo rompimento dos bueiros e consequente desmoronamento de parte da rodovia.

“Eu não concordo com o ministro quando ele diz que a culpa é da chuva. O que falta é engenharia. Infraestrutura tem que ser feita com engenharia”, admite o presidente do Crea. Para ele a solução mais viável, que seria a drenagem de todo o entorno e a construção das pontes, custaria em média R$ 40 milhões.