O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) diz que vai providenciar um estudo para avaliar os custos de duplicação do trecho da BR-386 entre Estrela e Iraí, no Rio Grande do Sul. A ampliação é vista como uma das alternativas para diminuir o número de mortes na rodovia.
Conhecida como “Estrada da Produção”, a BR-386 é uma das rodovias mais importantes para a economia do estado. E também é uma onde mais acidentes e mortes no trânsito são registradas. Até o momento, 17 pessoas morreram na rodovia em 2013.
No ano passado, foram contabilizadas 83 mortes nos quase 450 quilômetros da rodovia, que vai de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, até Iraí, quase na divisa com Santa Catarina. No trecho não duplicado, que contabiliza 80% do total da rodovia, ocorreram também 80% das colisões.
A técnica em enfermagem Olina Ghellen busca conforto no álbum de fotografias para tentar superar a perda do filho. Ele foi uma das vítimas da BR-386 no último ano. Acompanhado de um amigo, Andrigo Ghellen morreu ao bater o carro que conduzia contra um ônibus. “A gente não tem mais planos. A gente perde o chão. Perde a vontade de viver”, diz ela.
Os números da Polícia Rodoviária Federal (PRF) aumentaram ainda mais na última segunda-feira (1º). Um acidente deixou pelo menos 40 feridos e envolveu dois ônibus e dois caminhões, em Seberi, no Norte do Estado.
Para o representante da Comissão Pró-Duplicação da BR-386, a estrada, construída em 1962, não comporta mais os cerca de 7 mil veículos que a utilizam todos os dias. “Ela já possui faixas de domínio suficientes dando ao governo a chance de fazer a obra sem novas desapropriações”, diz o prefeito de Tio Hugo, Verno Müller.
Atualmente, o trecho entre Tabaí-Estrela passa por obras de duplicação desde novembro de 2010. A conclusão dos 33,8 quilômetros previstos no projeto, no entanto, atrasou e deve ficar para 2014. Uma aldeia indígena precisa ser realocada para a continuidade das obras.