Matéria do jornal A Gazeta do Espírito Santo revela informações assustadoras sobre os acidentes na BR-101 no trecho capixaba. Foram 2.333 mortes na pista em 10 anos e 9 meses em apenas 460 km de rodovias. A privatização do trecho tem sido questionado por autoridades e sociedade capixaba e ganhou novos ingredientes com a prorrogação proposta pelo Governo Federal das duplicações das rodovias.

Até dia 27 setembro , o número de mortes (140) já supera a estatística de todo o ano passado (131).  Os dados incluem os dois acidentes com ônibus e caminhões de granito ocorrido em junho, quando 23 pessoas morreram, sendo 19 carbonizadas e outro acidente em setembro, no domingo posterior ao feriado de 07 de setembro, quando outro acidente provocou a morte de 11 pessoas carbonizadas. Em ambos os acidentes várias irregularidades semelhantes foram apuradas como excesso de peso nos caminhões, carga de granito, falta de fiscalização, ambos os caminhões com mais de 20 multas, excesso de velocidade e jornada, além de uso de drogas no caminhoneiro que causou o acidente de junho. O motorista do acidente de setembro não foi testado para drogas.

Os números são ainda mais impressionantes quando consideramos que as mortes registradas são apenas as que ocorreram na pista, sem contar as vítimas que faleceram nos hospitais. Segundo apurou o jornal, foram 28.808 feridos, entre graves e leves. Normalmente, segundo padrões internacionais, um total de 20% são feridos graves, portanto, podemos estimar cerca de 5.600 pessoas, o que seguramente contribuiu para mais mortos.

Segundo o jornal, desde 2013 com a privatização da BR-101, a expectativa era de que a BR 101 se tornasse mais segura. Segundo o contrato, até maio de 2019 metade dela deveria estar duplicada, mas até agora nenhum quilômetro ampliado foi entregue. A concessionária Eco101 alega dificuldades financeiras, com as licenças ambientais e com a desocupação das margens da rodovia. A questão é saber o que faz a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, responsável pela fiscalização dos contratos de concessão nas rodovias federais? Agora que o Governo estendeu o prazo para duplicações sem redução de pedágio fica evidente que não é possível acreditar que a ANTT irá fiscalizar com rigor as novas condições de concessão, afinal, até hoje os exemplos de contratos não cumpridos são inúmeros.

Para saber mais sobre o caso do Espírito Santo acesse a matéria da Gazeta, clicando aqui