O engenheiro PhD e consultor rodoviário Ernesto Preussler esteve ontem (02) em Porto Alegre para ministrar uma palestra sobre pedágio-sombra para os superintendentes da Diretoria de Operação Rodoviária do DAER.

Nessa nova modalidade de contratação, a empresa realiza o investimento e é remunerada pelo próprio governo, que lhe paga uma espécie de pedágio, calculado a partir do volume de tráfego. O pagamento é diluído ao longo de 15 anos, tempo médio de concessão de uma rodovia privada. “Com isso, o Governo aumenta o potencial de investimentos e consegue fazer mais obras”, disse Preussler.

Segundo o engenheiro, o cálculo da tarifa nesta parceria público-privada quebra um paradigma. “O pagamento é atrelado a padrões de desempenho e não por quantidades de insumos aplicados. O que se cobra é a performance, a funcionalidade da rodovia, que ela assegure um padrão de conforto e segurança para o usuário”.

Após a palestra de Preussler, o assessor especial da diretoria-geral do DAER, Jeferson Berni Couto, apresentou os relatórios executados pelo Grupo de Trabalho criado para detalhar o plano funcional de projetos e obras dos pedágios comunitários. “A partir destes dados, a Diretoria de Operação Rodoviária do DAER poderá planejar junto com as comunidades, através dos Coredes (Conselhos Regionais de Desenvolvimento), a relação entre obras e tarifas”.

Encontros com inovação
Este evento faz parte de uma série de encontros organizados pelo diretor-geral da Autarquia, Francisco Thormann, para apresentar as inovações que pretende implantar durante a sua gestão. “Com isso, estamos nos preparando para receber os pedágios cujos contratos encerram em dezembro de 2013 e ficarão sob a administração do Estado, assim como os pedágios comunitários”, disse Thormann.

Na semana passada, a palestra foi do engenheiro português Paulo Fonseca, que apresentou experiências inovadoras no uso sustentável do material asfáltico. Para prolongar o máximo a vida útil do CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), Fonseca vem colocando em teste o projeto Self Healing Materials, cujo princípio tem semelhança com o funcionamento de organismos biológicos. Na Europa, a aplicação desta nanotecnologia teve início na área da construção civil.