O Estado de Mato Grosso do Sul autorizou hoje o início das primeiras obras do Programa de Transportes e Desenvolvimento Sustentável (PDE/MS) financiadas com recursos contratados junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).

A Secretaria de Obras Públicas e de Transportes (Seop) assinou as ordens de serviço para que as empresas vencedoras das licitações comecem a trabalhar na pavimentação da MS-436, na ligação Camapuã-Figueirão; MS-306, trecho Gaúcho Pobre-Cantina; MS-112, entre Três Lagoas e Inocência e MS-274, de Angélica ao distrito de Ipezal. Esse conjunto de obras totaliza em torno de 279 quilômetros.

De acordo com o secretário Wilson Cabral, que assinou as ordens de serviço, os quase 280 quilômetros que começam agora, somados a obras que já estão em execução, devem criar condições melhores de logística para regiões como o norte do Estado, por exemplo. “Isso traz desenvolvimento para as cidades, para o Estado. A partir do momento em que se dá condições para que pessoas e empresas possam se instalar em uma determinada região que antes não tinha asfalto, você transforma essa localidade, e isso traz retorno para todos”, avalia.

Das pavimentações iniciadas agora, uma das maiores é a da MS-436, na ligação Camapuã-Figueirão, região norte do Estado. A primeira etapa de obras compreende o entroncamento da MS-422, no patrimônio de Pontinha do Coxo até a MS-223, em uma extensão de cerca de 106,8 quilômetros. “Há muito tempo a população tanto de Camapuã, quanto de Figueirão sonha com essa obra que vai ligar com a região Norte, que vai propiciar aos nossos produtores rurais investir mais em suas propriedades”, diz o prefeito de Camapuã, Marcelo Pimentel Duailib. Conforme o administrador municipal, a falta de asfalto faz com que a movimentação de produção faça desvio por estradas asfaltadas, perspectiva que muda com a pavimentação. “A nossa expectativa agora é de canalizar o transporte pelo nosso município, fazer o aproveitamento do produto da nossa terra”.

Na outra ponta, em Figueirão, a expectativa também é grande pela ligação asfáltica. “Economicamente vai nos viabilizar muito. Nosso município tem hoje praticamente 100% da produção na pecuária. Se o boi, que pode andar a pé não está conseguido sair, quem dirá o grão”, diz o prefeito Getúlio Barbosa. “Agora, com a estrada, já tem planos de investir em lavoura também”, completa. Segundo Barbosa, a expectativa de melhoria já tem resultado em aumento demográfico na cidade, que antes recebia em torno de duas a três famílias por mês e agora recebe essa quantidade por semana. “É o desenvolvimento que já está chegando”, acredita.

Outra obra que já começa é a da pavimentação de 32,5 quilômetros da MS-306, município de Costa Rica, em um trecho que liga as localidades de Gaúcho Pobre e Cantina. Conforme o prefeito Jesus Baird, o conjunto viário formado pela pavimentação da BR-359, da MS-316, do anel viário e agora da MS-306 promove um fechamento da ligação dessa última em direção ao Estado de Goiás. “Para quem vem do norte para São Paulo vai aliviar o tráfego na BR-163, vai melhorar o escoamento para nós, o custo da nossa safra. É fundamental”, diz Baird. “Acredito que cria condições de melhora do município e facilita a estrutura do poder público de apoio para a iniciativa privada também. Barateia o custo de investimentos na região e atrai esses investimentos”. Prefeitos das cidades de Chapadão do Sul e Cassilândia, também diretamente beneficiadas pelas obras na MS-306, acompanharam a assinatura das ordens de serviço.

Com 107,8 km, a rodovia MS-112, na região do Bolsão, também começa a ser pavimentada. Ordens de serviço para duas frentes de obra foram assinadas, uma de Três Lagoas (BR-158) a MS-444, e outra da MS-444 até a MS-377.

A estrada é reivindicada por produtores estabelecidos há tempos na região e por empresas e fazendeiros que estão expandindo plantios como o de florestas para abastecer indústrias de celulose. “É o maior investimento em infraestrutura que o nosso município já recebeu, e pensamos também na geração de emprego e renda que, com certeza, essa rodovia vai trazer. Hoje nós estamos fora da logística das empresas do Estado de São Paulo para vir para Mato Grosso do Sul, e, com a ligação da MS-112 a Três Lagoas, vai diminuir uma volta que atualmente é de no mínimo 120 quilômetros pelo caminho mais curto”, destaca o prefeito Antônio Ângelo Garcia dos Santos. Ele também acredita que a melhoria viária vai permitir ao município escoar para a produção local para Três Lagoas, por exemplo, que está se tornando um grande centro consumidor.

Mesmo em Três Lagoas, as grandes empresas do setor industrial também vão se beneficiar da pavimentação da MS-112, como explica a prefeita Márcia Moura. “Nós temos a maior indústria de papel e celulose do mundo, que é a Fibria/International Paper, entretanto, onde elas têm a maior parte das fazendas de sua propriedade, ou arrendadas, ainda não tinha estrada”, cita. A pavimentação, ela acredita, vai dar mais segurança ao tráfego que envolve veículos pesados de transporte de matéria-prima para as indústrias, e tornar a cidade ainda mais competitiva. “Três Lagoas tem uma logística muito boa. E isso melhora ainda mais quando você tem a natureza que ajuda, o comprometimento do poder público, as parcerias, os incentivos que auxiliam o empreendedor, a energia em abundância e a perspectiva de incrementar os diversos modais de transporte”, finaliza a prefeita.