Mais de dois meses após a assinatura de convênio, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) ainda não repassou ao Corpo de Bombeiros as 31 ambulâncias prometidas para garantir socorro às vítimas de acidentes em rodovias estaduais antes atendidas pelos polos privados. A entrega dos veículos deve levar, pelo menos, mais três meses.

Enquanto isso, os bombeiros contam com o apoio de seções municipais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Até 2013, as concessionárias mantinham 27 ambulâncias nos sete polos espalhados pelo Estado. Com o fim dos contratos ao longo do ano, o serviço deixou de ser prestado.

Inicialmente, a EGR não planejava oferecer socorro médico, mas, pressionada por ações do Ministério Público Estadual, foi obrigada a mudar os planos. A Justiça chegou a determinar o levantamento de cancelas por conta da falta dos serviços de socorro médico e mecânico.

A empresa elabora licitação para comprar 28 ambulâncias (as outras três foram herdadas das concessionárias, mas ainda dependem de regularização). O lançamento da concorrência, no entanto, atrasou porque houve uma troca no tipo de viatura a ser adquirida. A mudança fará com que o valor do pacote — previsto inicialmente em R$ 5,2 milhões — custe cerca de R$ 1 milhão a mais.

Segundo a EGR a expectativa é de que o edital seja publicado ainda em janeiro. Mas os carros de resgate, que serão distribuídos em 28 municípios, só deverão circular daqui a, pelo menos, três meses. Além dos prazos legais da licitação, há um período para que a empresa vencedora faça a entrega da encomenda.

Em seu site e em panfletos, a EGR orienta aos usuários acionar os bombeiros, por meio do 193, em caso de acidentes. Em Venâncio Aires, no entanto, o Samu é o principal responsável pelos atendimentos na RSC-287 e na RST-453.

De acordo com o major Eduardo Gener, do Corpo de Bombeiros local, o grupamento só é acionado em caso de vítimas presas às ferragens, derramamento de óleo na pista ou princípio de incêndio. Uma das queixas na unidade é a falta de efetivo. Hoje, apenas dois profissionais atuam no resgate, em um veículo com 13 anos de uso e sem desfibrilador.

Fonte: Diário Gaúcho