O Exército brasileiro iniciou na manhã de ontem a construção de duas pontes de campanha, uma para veículos e outra para pedestres, no município de Bom Jardim, vizinho de Nova Friburgo, na região da Serra Fluminense. Segundo o engenheiro civil da prefeitura, Clirton Cabral, a estrutura ligará dois bairros da cidade, que está dividida pelo rio Grande, e restabelece a ligação com as rodovias RJ-146 – que leva a Conceição de Macabu e à BR-101 – e à RJ-116, que liga Bom Jardim à capital e Niterói. Os 28 mil habitantes da cidade devem ser beneficiados.

Os bairros de São Miguel, de um lado, e Jabaquara e Maravilha, estão separados após a queda das pontes de Maravilha e do Berçot, que caíram com a força da água dos temporais. Cerca de 70 homens do Exército começarão o trabalho instalando uma ponte para pedestres com capacidade para 25 pessoas por minuto em condições ideais. Quando esta estiver pronta, a ponte do Maravilha, que atualmente possui uma passagem para pedestres improvisada, virará uma ponte de guerra com capacidade para veículos de até 55 t, de acordo com oficiais responsáveis pela instalação. Isso é feito para não atrapalhar os trabalhos de reconstrução da ponte do Berçot pela concessionária Via Fácil, que administra a RJ-116.

O capitão de engenharia Rafael Farias, 33 anos, coordena o trabalho de instalação das duas pontes. De acordo com ele, a previsão é de que a ponte de campanha para pedestres, chamada de “passadeira”, esteja pronta até o final do dia. “A principal preocupação é com o trânsito de pedestres, haverá uma guarnição operando esta ponte para evitar que muita gente atravesse e danifique a estrutura”, disse o oficial.

Já a ponte para veículos deve demorar entre 4 e 7 dias para terminar de ser instalada. A ponte, um modelo “compact 200” feito de puro aço, veio de uma unidade do Exército na cidade gaúcha de Cachoeira do Sul e demorou 4 dias para chegar. “Foi utilizada já em uma enchente em 2009 no Maranhão e no Piauí, chamada de Peritoró”, disse o tenente de engenharia Marcelo da Silva Vitorino.

A ponte beneficiará pessoas como o gráfico Jadison de Jesus, 65 anos, que veio ao centro da cidade coletar água em uma fonte de manancial. “Minha sorte é que eu moro e trabalho do outro lado, se morasse deste levaria horas para passar”, disse. A secretária Marisa Strol, 46 anos, moradora do Jabaquara e que trabalha no lado de São Miguel, diz que atualmente demora cerca de duas horas no trajeto à pé. “Não vejo a hora de isso ficar pronto”, disse.