Familiares das vítimas do acidente com o ônibus da Auto Viação 1001, que despencou de uma ribanceira na serra Rio-Teresópolis no último dia 22, reclamam do descaso por parte da empresa. O acidente deixou 15 mortos e 15 feridos.

Edson Turques perdeu os pais e uma avó no acidente. O irmão mais novo, sobrevivente da tragédia, está traumatizado e precisa de acompanhamento psicológico. Ele conta que diariamente liga para a empresa para pedir auxílio para o tratamento do irmão, mas não consegue resposta.

— A gente só queria que eles dessem uma satisfação, uma assistência. Eles abandonaram a gente.

A assessoria de imprensa da Auto Viação 1001 informou que as vítimas que ainda estão internadas já recebem o apoio psicológico e a partir desta semana o atendimento será estendido aos pacientes que já tiveram alta médica.

Sobre o acidente

O ônibus, que saiu de Itaperuna, no noroeste do Estado, às 9h de segunda-feira (22), seguia para o Rio de Janeiro, onde tinha chegada prevista para as 16h. No momento da tragédia, por volta das 14h30, 30 pessoas estavam no coletivo.

Em depoimento na Delegacia de Guapimirim (67ª DP), duas testemunhas afirmaram que o ônibus estava em alta velocidade e aparentava estar sem freios. O delegado Luiz Lima Ramos Filho informou que a perícia foi feita no local logo após o acidente. Ele pediu ao ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) para examinar a parte de engenharia do ônibus.

O delegado aguarda resultado dos exames do IML (Instituto Médico Legal) do motorista, para descartar a hipótese de que ele tenha passado mal. O caso foi registrado como homicídio culposo (se intenção de matar) e lesão corporal culposa (sem intenção de ferir) no trânsito.

A empresa informou que vai apurar as causas do acidente por meio de sua equipe técnica em conjunto com os peritos da Polícia Civil. Ela diz que o ônibus envolvido no acidente estava com toda a manutenção preventiva em dia e não apresentou nenhuma anormalidade técnica nas viagens anteriores ao acidente.