O vice-governador Beto Grill, coordenador do Comitê Estadual pela Segurança no Trânsito, apresentou nesta sexta-feira (22) os números consolidados da acidentalidade no Rio Grande do Sul no ano de 2012, incluindo o acompanhamento das vítimas por um mês nos hospitais. A apresentação do balanço, no Palácio Piratini, contou com o apoio do Detran/RS, Cetran/RS, Famurs e órgãos fiscalizadores: PRF, EPTC, Brigada Militar e seu Comando Rodoviário.

Segundo o Detran, os dados estatísticos do Rio Grande do Sul tem sido constantemente aperfeiçoados e muitos deles já podem ser comparados com números oficiais de qualquer parte do mundo. Para a autarquia, essa é a forma correta de medição da efetividade de políticas públicas adotadas. É o caso da relativização do número de vítimas fatais nos acidentes de trânsito por 10 mil veículos e por 100 mil habitantes.

Utilizando-se esses parâmetros, houve no Rio Grande do Sul uma redução de 4,3% na acidentalidade em comparação com a frota e crescimento de 1,9% em relação à população. Como comparação, os últimos números dos demais estados da Região Sul, contabilizados em 2010, apontam 29,6% em vítimas fatais por 100 mil habitantes em Santa Catarina e 32,9% no Paraná, enquanto no RS o percentual era de 20,5%. Esse índice foi reduzido, nos últimos dois anos, em 6 pontos percentuais, caindo para 19,3%.

A gravidade dos acidentes tem chamado a atenção nos últimos tempos e, de fato, em 2012, os acidentes com mais de três vítimas cresceram 24%. O número de veículos que envolveram-se em acidentes fatais subiu 3,1%, mas, ainda assim, entre 2010 e 2012, o número global de vítimas fatais foi reduzido em 4,8%.

A frota gaúcha aumentou o dobro em 2012 em relação ao número de condutores (8,2% e 4,1%, respectivamente). Na comparação com o crescimento populacional do Estado, a ampliação da frota é ainda mais flagrante: em 2012, a população gaúcha cresceu apenas 0,4%.

O perfil das vítimas não tem se alterado: a faixa etária de 18 a 39 anos concentrou 47% em 2011 e 46% em 2012. A participação feminina entre as vítimas fatais cresceu 2% no período, passando para 22% em um universo de condutores dominado pelo sexo masculino – 70% dos motoristas e 78% de representação nas vítimas fatais.

Entre as vítimas fatais, 25% são motociclistas, 27% motoristas, 19% passageiros e 19% pedestres. O tipo de acidente que gerou mais vítimas foi a colisão, confirmando a preocupação das autoridades com as ultrapassagens indevidas: 39% dos eventos fatais. Os atropelamentos vieram em segundo lugar, com 22%, apresentando redução em relação a 2010, quando ficou em 25%.

Noites de sábado

Os fins de semana, como esperado, concentraram 39% dos acidentes fatais – e um terço do total ocorreu à noite, entre às 18h e 23h59min. O destaque negativo é o sábado à noite. Já nos dias úteis, o horário da tarde empatou com o noturno em acidentes fatais em 2012.

Ao cruzar os dados da acidentalidade fatal com os tipos de veículos, chama a atenção a discrepância entre o número de veículos envolvidos e sua representação dentro da frota global do Estado, que é a quarta maior do país. Os ônibus e micro-ônibus representam apenas 1% da frota, mas 5% deles estão envolvidos em acidentes fatais. Os caminhões são 5% da frota, mas 16% deles estão envolvidos nos acidentes; as motocicletas e motonetas são 20% da frota, mas sua representação é de 25% nos veículos envolvidos.

Por outro lado, os carros de passeio, 64% da frota, estão envolvidos na proporção de 44% dos veículos acidentados. Nesses casos, a relativização com a quilometragem rodada pelo veículo é fundamental, pois ônibus, micro-ônibus, caminhões e muitas das motocicletas estão rodando constantemente, o que não ocorre com os carros de passeio. Futuramente, com a criação do Observatório de Trânsito, essas e outras questões poderão ser detalhadas, permitindo novas abordagens, conclusões e consequentes tomadas de decisão.

Infrações

Confirmando que os acidentes costumam ser precedidos por infrações, constatou-se um crescimento de 24,74% nas infrações consistentes por excesso de velocidade, uma das que mais ocasionaram a violência nas ruas e estradas, de 2011 para 2012.

Isso confirma o acerto na realização de operações como a Viagem Segura, que em 12 edições fiscalizou mais de 1 milhão de veículos, reduzindo em 11% a taxa de vítimas/dia em feriados (enquanto houve um crescimento de 9% no número de vítimas/dia útil). O índice acumulado desde o princípio da Operação aponta para uma redução de 29% no número de vítimas fatais por dia de feriadão.