Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, no Alto do Jacuí, o governador do Estado Tarso Genro manifestou sua inconformidade com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que manteve o pólo de pedágio de Carazinho sob a concessão da Coviplan. Para o governador, não houve identificação do presidente do tribunal, ministro Felix Fischer, com a indignação da população e com a falta de aceitação do pedágio no município. Tarso convocou os moradores da região a promover um abaixo-assinado. “Seria bom se fossem reunidas centenas de milhares de assinaturas. Podemos anexar ao processo e enviar ao STJ”, projetou.

Tarso considerou equivocado o argumento do ministro Felix Fischer. “O fundamento da decisão foi que manter a situação como está não prejudica a economia pública. Na nossa opinião prejudica e muito”, declarou. Segundo o governador, é preciso identificar a economia pública com a sociedade e não com o governo. “O Estado, realmente, não vai perder nada do ponto de vista financeiro, mas a população perde”, argumentou.

O governo do Estado ingressará com recurso no coletivo do STJ para que o colegiado avalie a decisão do presidente do tribunal. “Isso pode ser resolvido em uma semana, 15, 30 dias. Vai depender da disposição do tribunal de dar maior ou menor velocidade para a solução do problema”, afirmou Tarso.

Tarso deixou Carazinho desolado, porque pretendia comemorar com a população o levantamento das cancelas. Alguns movimentos estavam, inclusive, preparando-se para uma grande carreata pela BR 386.

Decisão

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Felix Fischer, manteve a decisão que garantiu à Concessionária Rodoviária do Planalto S/A (Coviplan) seguir operando o pedágio de Carazinho, no Alto do Jacuí, até 28 de dezembro.

Durante discurso no encontro coordenado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado nessa quarta, Tarso afirmou que as empresas privadas que administram os pedágios no Estado visam somente ao lucro e, por isso, acabam impondo uma pena à população sem atender os requisitos mínimos. “A responsabilidade não é das empresas e, sim, do governo e dos políticos, que implantaram esse sistema nas rodovias gaúchas há 15 anos”, destacou.

Quatro praças de cobrança de pedágio compõem o polo de Carazinho – duas nas BR 285 (entre Passo Fundo e Carazinho e outra entre Carazinho e Santa Bárbara), e duas na BR 386, entre Carazinho e Sarandi e outra próxima de Soledade.