O governador Raimundo Colombo (PSD) voltou a considerar, nesta quarta-feira, a hipótese de cobrança de pedágio para a quarta ligação Ilha-Continente em Florianópolis. Mesmo sem ter um projeto definido para a obra, ele especulou que o valor poderia chegar a R$ 2,50.

Depois de anunciar, no final do ano passado, a opção pela quarta ponte, e voltar atrás, em março deste ano, cogitando novamente a possibilidade de um túnel subaquático, o governo agora pretende fazer um procedimento de manifestação de interesse (PMI).

Por esta modalidade, o Estado lança um edital e cada empresa apresenta uma proposta de obra. Cada modelo passará por avaliação técnica do governo para a escolha final do projeto.

De acordo com o secretário da Fazenda, Nelson Serpa, para que o PMI possa ser feito, o governador precisa assinar um decreto disciplinando as regras do procedimento. Serpa afirma que o documento deve ser assinado até a próxima semana. Segundo ele, várias empresas já manifestaram interesse em apresentar projetos, mas ainda não oficialmente.

O pedágio é uma possibilidade tanto se o projeto vencedor for uma ponte quanto se for um túnel. Ele seria necessário no caso de se confirmar uma parceria público privada (PPP) para a construção da obra. Desta forma, a empresa executora arcaria com a maior parte do custo e, depois, teria a concessão do pedágio por determinado tempo.

Em outros momentos durante a própria discussão da quarta ligação Ilha-Continente e em outras obras, como na duplicação da rodovia SC-401, Colombo já havia se manifestado contra a cobrança de pedágio. Mas, de acordo com o presidente do Deinfra, Paulo Meller, se o pedágio se confirmar, seria uma alternativa de acesso à Ilha, já que as atuais pontes continuarão sem cobrança.

— Estamos falando de uma obra de R$ 1 bilhão. Nós já temos uma entrada na Ilha que é pedágio zero. Vamos dar outra opção às pessoas.

Se o PMI funcionar como espera o governo, a expectativa do Executivo é de que a contratação e conclusão da obra seja mais rápida do que se fosse feita por um processo de licitação convencional. Enquanto a nova ligação não sai, as atuais pontes, erguidas nos anos de 1991 e 1973, para um tráfego de 80 mil carros por dia, recebem uma movimentação de 178 mil veículos a cada 24 horas.