A Governadora do Estado, Yeda Crusius, acompanhada do diretor-geral do DAER, Vicente Britto Pereira, inaugurou ontem (15) pela manhã as obras do Eixo Norte da RSC-471, em Vera Cruz.

O evento iniciou às 10h30 no quilômetro 47, em Herveiras. Depois dali, a comitiva seguiu para o viaduto Francisco Alves, em Vale do Sol, para o viaduto da interseção da RSC-471 com a RSC-287, em Vera Cruz (onde ocorreu a solenidade) e finalizou no viaduto Marechal Rondon, também em Vera Cruz. O Eixo Norte da RSC-471 será liberado plenamente ao tráfego a partir de segunda-feira (20), ainda há 300 metros em fase de conclusão no quilômetro 57, em Herveiras.

“É com grande orgulho que entrego à comunidade esta obra transformadora, que vai ficar nos anais do Rio Grande do Sul e do País”, disse o diretor-geral do DAER, Vicente Britto Pereira, em seu discurso na abertura da cerimônia. Ele fez uma retrospectiva dos vários desafios que enfrentou desde que assumiu como diretor-geral da autarquia, afirmando que a construção dos 110 km do Eixo Norte da RSC-471 no prazo de 20 meses foi o maior deles.

A RSC-471, que faz parte do Programa Estruturante DuplicaRS, constituirá o mais importante eixo de ligação entre o norte do Estado, Planalto Médio e o Porto de Rio Grande, passando pelo Vale do Rio Pardo.

Serão 110 quilômetros a menos, se comparado ao atual itinerário, reduzindo os custos relativos ao transporte, tanto para o deslocamento de insumos que chegam quanto a produção dessas regiões, que escoa pelo Porto de Rio Grande.

Com essa nova alternativa para a Região Sul do Estado, haverá uma melhoria no trânsito da região metropolitana de Porto Alegre no eixo da BR-116. Muitos veículos de carga, que atualmente passam por Porto Alegre, utilizarão o novo caminho para chegar a Rio Grande. A previsão de tráfego na rodovia é de 2.650 veículos por dia.

Os lotes
O lote 1 totaliza 54,04 km, entre Barros Cassal e Herveiras. A construtora responsável foi a Andrade Gutierrez S/A, sendo que os serviços remanescentes estão sendo executados pela Construtora Giovanella Ltda. O custo total deste lote é R$ 175 milhões. No governo anterior, foram investidos R$ 80,2 milhões, na gestão da governadora Yeda Crusius, R$ 94,8 milhões.

O lote 2, que liga Herveiras a Vera Cruz, com 36,97 km e investimento de R$ 225,4 milhões, foi o maior desafio em termos de construção devido à topografia característica da região da Serra. A empresa responsável é a Construtora OAS Ltda. É neste trecho que está o viaduto Francisco Alves, no interior de Vale do Sol, com 320 metros de vão e a altura do pilar maior com 45 metros. Neste lote, no governo anterior, foram investidos R$ 74,2 milhões, na gestão da governadora Yeda Crusius R$ 151,2 milhões.

O lote 3, com extensão de 20,65 km, entre Vera Cruz e Santa Cruz do Sul, foi executado pela empresa Conterra em um total de R$ 66,6 milhões. Este trecho abrirá novo acesso entre a RSC-287 e a BR-471 e os motoristas não necessitarão mais passar pela área urbana de Santa Cruz para o deslocamento entre Candelária e Rio Pardo, por exemplo. No governo anterior, foram investidos R$ 33,9 milhões, na gestão da governadora Yeda Crusius R$ 32,7 milhões.

Histórico da RSC-471
As obras na RSC-471 tiveram início em 2003 com o Programa de Pavimentação Rodoviária do Estado do Rio Grande do Sul (PPR/RS), que tinha como organismos financiadores o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o JBIC (Japan Bank Internacional Cooperation). Contudo, a forte variação cambial, juntamente com inevitáveis adaptações de projetos durante o desenvolvimento das obras, resultou na impossibilidade de se atingir a meta física sem que houvesse o aumento do valor do Programa. Mediante este cenário, no início de 2005 o Banco, juntamente com o Estado, decidiu por reduzir a extensão do Programa, de 950 km de rodovias para 710 km. Nesta redução estava contemplada a extensão formada pelo corredor da RSC-471, quando então a obra foi paralisada. No Governo Yeda ocorreu uma tentativa de federalizar a rodovia, porém não houve aporte financeiro para tanto, o que levou o Governo do Estado a retomar a obra em maio de 2009 e concluí-la no prazo, em dezembro de 2010.