Segundo alguns veículos ligados aos caminhoneiros está correndo a notícia de uma possível greve entre os dias 13 e 16 de novembro. A Unicam, que seria uma das entidades responsáveis pelo movimento, nega em nota oficial. O que se percebe é que a maioria dos caminhoneiros, depois das últimas paralisações e postura dos sindicalistas no Congresso, não se sentem representados de fato por nenhuma entidade por entenderem que estão mais comprometidas com os interesses patronais e dos embarcadores.

Entretanto, no site da Câmara dos Deputados, está anunciado novamente a possibilidade da votação hoje ou amanhã dos últimos destaques do projeto de lei que revoga a Lei do Descanso dos Motoristas Profissionais (http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/477182-PLENARIO-PODERA-VOTAR-PROJETO-DA-BIODIVERSIDADE-APOS-COMISSAO-GERAL.html ).

Depois de dois anos em vigor, centenas de milhares de caminhoneiros empregados foram beneficiados pela Lei do Descanso, conforme já ficou comprovado aqui mesmo quando centenas elencaram os nomes das empresas em que trabalham que respeitam a lei e como isso tem sido positivo para sua segurança, dos usuários das rodovias e para a qualidade de vida. Grande parcela dos autônomos já perceberam que a Lei é necessária e que o texto que está para ser aprovado no Congresso é uma armadilha que só vai beneficiar os embarcadores e os maus empresários dos transportes.

Como a maioria dos caminhoneiros desconhece o texto da lei que está sendo votada, há sempre quem acredita que revogar a Lei atual será um “bom negócio”. Por isso, caso a Presidente Dilma sancione o novo texto, conforme compromissos assumidos pelo seu partido com os embarcadores e agronegócio, aí sim é provável que o Brasil assista a maior paralisação da sua história porque vai conseguir desagradar todos os que se consideram beneficiados pela Lei do Descanso, mas que terão como companheiros de revolta os motoristas que hoje são indiferentes ou até desejam a revogação da Lei, mas que vão sentir na pele as consequências da nova lei.

É importante lembrar que o texto que deve ser aprovado esta semana, foi elaborado pelos embarcadores. É só pegar o documento original apresentado pela entidade que representa os donos da carga. E qualquer caminhoneiro sabe que os interesses dos embarcadores e dos motoristas, sejam empregados ou autônomos, nunca foram os mesmos. Como agravante a Presidenta terá que conviver com o aumento dos acidentes graves, que aliás já estão acontecendo, devido a precária fiscalização da lei em vigor por omissão do próprio Governo Federal e dos estaduais. As manchetes com as mortes serão seguidas de críticas contundentes ao Governo Federal na imprensa. Tudo isso vai fazer a opinião pública entender que a questão da Lei do Descanso diz respeito a segurança de todos que circulam nas rodovias.

Resta saber se a Presidenta é realmente refém dos acordos costurados pelo seu partido e a Casa Civil com os embarcadores e irá sancionar a nova lei que revoga a Lei 12.619/12 (Lei do Descanso), para a alegria da chamada “Bancada da Morte’, cujo compromisso é apenas com os interesses econômicos.