Um plano de transporte apresentado pelo Movimento Nossa São Paulo aponta os rios Tietê e Pinheiros como vias-chave para a melhoria do trânsito na capital paulista. Segundo o projeto de investimentos em mobilidade urbana produzido pela organização não governamental, a criação de hidrovias nos dois rios que cortam a cidade reduziria em 30% o tráfego cargas pela região metropolitana da capital.

De acordo com o documento, “utilizar os rios Tietê e Pinheiros como meios de transporte de cargas significa tirar do trânsito da região metropolitana uma boa parte das 400 mil viagens de caminhões por dia ou 1 bilhão de toneladas de cargas por ano ano”.

As hidrovias ainda ajudariam a reduzir a emissão de poluentes e o preço do frete, já que o sistema hidroviário é mais eficiente, do ponto de vista econômico, do que o rodoviário.

“O transporte hidroviário é o mais barato”, afirmou Simone Gatti, urbanista da empresa de consultoria TC Urbes, que participou da elaboração do plano de mobilidade. “São Paulo é quase um ilha cercada pelos rios Tietê e Pinheiros. Temos que usar este potencial”.

Projetos em execução devem aumentar o trecho navegável do Rio Tietê de 41 quilômetros (da barragem Edgar de Souza, em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo até a barragem da Penha, na zona leste da capital) para 55 quilômetros. Estudos para a construção de um hidroanel metropolitano prevêem ainda a ligação do Tietê com 30 quilômetros de trecho navegável na Represa Billings.

De acordo com o plano do Movimento Nossa São Paulo, todas essas hidrovias poderiam fazer parte uma rede de transportes de carga envolvendo portos, ferrovias e rodovias. A criação da rede, segundo o estudo, seria tão importante para melhoria das condições do trânsito da cidade como a ampliação dos corredores de ônibus e a construção de ciclovias.