O leilão das linhas de ônibus interestaduais pode ser prejudicado com a indefinição da nova diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O Senado rejeitou, na quarta-feira (7), a recondução de Bernardo Figueiredo ao cargo máximo da Agência.

Para que o edital do leilão seja publicado em abril, como previsto, ele deve ser aprovado pela diretoria colegiada do órgão, composta por quatro diretores e um diretor-geral. No entanto, atualmente apenas dois desses cinco cargos estão ocupados. Os demais ainda aguardam aprovação pela Comissão de Infraestrutura do Senado e, depois, pelo Plenário da Casa.

A presidente Dilma Rousseff deve indicar, em breve, um novo nome para a diretoria-geral da instituição, que deve ser sabatinado no Senado.

De acordo com a superintendente de serviços de transportes de passageiros da ANTT, Sonia Haddad, o leilão, por enquanto, está mantido para outubro. Ela admitiu, durante coletiva realizada na quinta-feira (8) em Brasília, que se não houver diretoria colegiada com o mínimo de membros, o cronograma pode, sim, ser alterado.

Depois da homologação do resultado do leilão, as empresas vencedoras terão seis meses para iniciar a oferta do serviço. Serão leiloados 60 lotes distribuídos em 80 grupos.

Audiências públicas
A ANTT recebeu mais de 800 sugestões nos últimos meses e pretende acatar o pleito dos trabalhadores do setor, que temem o desemprego com as mudanças do modelo. Será exigido no edital que as empresas vencedoras contratem 80% da mão de obra com experiência mínima de 90 dias de trabalho na área no último ano. O objetivo é que as empresas novas busquem no mercado pessoal que já trabalha no setor.

A última audiência pública para colher sugestões para o edital foi promovida na quinta em Brasília. Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo e Salvador já haviam realizado o evento. O prazo para apresentar sugestões por escrito terminou nesta sexta-feira (9).