De 2007 a 2010, foram recuperados 2.500 quilômetros de estradas baianas. Somente em 2011 e este ano, mais de 1.500 quilômetros de rodovias receberam novo asfalto e sinalização, proporcionando segurança e mais facilidade para o escoamento da produção em todas as regiões do estado.

A malha viária passará por mais melhorias. É que o Programa de Restauração e Manutenção de Rodovias (Premar) prevê, até 2014, mais 1.200 quilômetros recuperados de estradas na Bahia, o que representará investimento de US$ 186 milhões, dos quais US$ 100 milhões financiados pelo Banco Mundial (Bird) e US$ 86 milhões do governo estadual.

Acesso – De acordo com o secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, o estado tem extensão territorial muito grande – são 576 mil quilômetros quadrados. “As estradas são necessárias para o desenvolvimento econômico, para a trafegabilidade das pessoas e para estimular a nossa produção”. Segundo ele, as sedes municipais terão o acesso asfaltado.

O governo da Bahia tem feito, segundo Alencar, um esforço muito grande junto ao Ministério dos Transportes e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) para construção e recuperação das estradas federais.

Irecê – Uma das obras mais importantes dos últimos 20 anos é a recuperação da Estrada do Feijão (BA-052), que corta a região de Irecê. A entrega recente do último trecho, de 240 quilômetros, de Xique-Xique ao entroncamento do povoado de Porto Feliz, em Piritiba, passando por Irecê e Morro do Chapéu, representou investimento de R$ 88 milhões e está beneficiando, aproximadamente, um milhão de baianos.

Para o caminhoneiro Antônio Vieira, que está na profissão há 23 anos, e trafega constantemente pela Estrada do Feijão, “o trabalho da gente é transportar as cargas pelo Brasil. A estrada estando boa, o caminhão não quebra, adianta a viagem, a gente ganha tempo e não tem prejuízo”. Ele explicou que o produtor também consegue frete menor.

Chapada – Outro investimento significativo na região da Chapada Diamantina foram os R$ 11,2 milhões aplicados na recuperação das BAs 046 e 144, que ligam Bonito a Utinga e Morro do Chapéu. As estradas atendem, principalmente, 125 mil moradores de seis cidades da Chapada Diamantina – Morro do Chapéu, Utinga, Bonito, Wagner, Cafarnaum e Ruy Barbosa.

Akira Costa é colaboradora da Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar do Estado da Bahia (Coopaf), que tem sede em Morro do Chapéu. De acordo com ela, mais de cinco mil pequenos produtores da região foram beneficiados com a recuperação das estradas.

“Os produtores de Utinga, Wagner, Nova Redenção, Itaetê e outras cidades trabalham na cadeia do biodiesel e vão ter mais facilidade para escoar a mamona para a fábrica, em Feira de Santana”, disse Akira.

Restauração de entroncamentos

Em mais dois entroncamentos – BA-052 com a BA-432 e BA-432 com a BR-242 –, que ligam Irecê, Lapão, Canarana, Souto Soares, Iraquara, Seabra e Palmeiras, foram investidos R$ 40 milhões na recuperação de outros 140 quilômetros de pistas.

O caminhoneiro Genilson Batista mora na localidade de Salobro, município de Canarana. “Agora, a pista está boa”. Ele contou que a despesa com o veículo era alta. “Toda semana, o caminhão quebrava. Hoje não quebra mais, graças a Deus”. Genilson afirmou que gastava cinco horas no trecho entre Seabra e Irecê. “Hoje, gasto duas horas e meia.”

Municípios do sudoeste baiano

No sudoeste da Bahia, o investimento de quase R$ 28,5 milhões na recuperação de 70 quilômetros da BA-161 está beneficiando 240 mil habitantes dos municípios de Carinhanha, Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho, Santa Maria da Vitória, São Félix do Coribe, Cocos e Feira da Mata.

O assessor de crédito do Banco do Nordeste, Marivan Martiniano, trafega pela rodovia, de moto, há oito meses.

Em abril deste ano, ele encontrou máquinas operando na recuperação da pista e se alegrou. “Estava horrível isto aqui. Fiz da Lapa à Agrovila 10 em duas horas, o que daria uns 40 minutos.”