O aquecimento da economia brasileira, com destaque para o bom desempenho do agronegócio, da produção agrícola, construção civil e infraestrutura, tudo fez com que a indústria de implementos rodoviários registrasse um dos melhores anos da sua história.

A estimativa dos empresários do setor é encerrar 2010 com um faturamento de R$ 6,8 bilhões, ante os R$ 5 bilhões de 2009.
Falando em números absolutos, a produção brasileira do segmento de implementos rodoviários de janeiro a dezembro de 2010 deverá alcançar as 172 mil unidades (reboques, semirreboques e carroçarias sobre chassis) para atender os mercados interno e externo. “Alcançando essa meta, o setor estará registrando crescimento acima de 40% em relação a 2009, quando foram comercializadas 115.107 unidades”, diz Cesar Pissetti, vice-presidente do SIMEFRE – Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários.

Da produção esperada para 2010, Pissetti estima que os implementos da linha pesada deverão responder por 59.000 unidades e os da linha leve por 113.000 unidades. “O mercado interno continua sendo muito representativo para o setor. Creio que as vendas domésticas ficarão com 168 mil unidades do total emplacadas e as exportações responderão por 4.000 unidades”, explica.

O vice-presidente do SIMEFRE conta que a situação do câmbio está comprometendo a competitividade do País. As exportações estão sendo mantidas apenas para preservar a estrutura de distribuição existente.

Com capacidade instalada para fabricar cerca de 200 mil implementos por ano (65 mil da linha pesada e 135 mil da linha leve), o setor responde atualmente por 68 mil empregos diretos e indiretos. “Acredito que até 2013 estaremos com um quadro profissional da ordem de 80 mil entre diretos e indiretos”, projeta Pissetti.

De acordo com Pissetti, os fatores que contribuíram positivamente e/ou negativamente para o desempenho do setor em 2010 foram:
Positivamente:
• IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) zero;
• Linhas de Financiamento: Finame PSI (Programa de Sustentação do Investimento) e Procaminhoneiro;
• Crescimento do PIB (Produto Interno Bruto);
• Crescimento do segmento de construção civil;
• Setor agrícola e derivados com bons resultados (grãos, cana-de-açúcar, etc.);
• Investimentos em infraestrutura – PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Negativamente:
• Instabilidade das emissões de PACs/Finame;
• Seletividade de crédito;
• Problemas na cadeia de suprimentos do 1º semestre (exemplo: falta de pneus);
• Ações sindicais.

Investimento – A indústria de implementos – que está operando com aproximadamente 85% da capacidade instalada – investiu R$ 700 milhões nos últimos cinco anos e deve investir mais R$ 850 milhões nos próximos três anos.