Cerca de 1,5 mil trabalhadores da fábrica da GM (General Motors) do Brasil em São José dos Campos (interior de SP) pararam ontem a rodovia Presidente Dutra. Eles protestaram contra a intenção da empresa de fechar o setor de montagem de veículos – o que cria o risco de demissão de cerca de 2 mil funcionários.

O congestionamento chegou a 11 km nos dois sentidos, no período entre 6h25 e 7h30, tempo de duração da manifestação, conforme informação da Polícia Rodoviária Federal.

Os manifestantes eram do setor da GM onde é fabricado o modelo Classic, e trabalhadores do setor de montagem da picape S10 também apoiaram o protesto e não entraram para trabalhar.

Para interditar a rodovia, eles atearam fogo em pneus. Somente às 7h15 a pista sentido Rio de Janeiro foi liberada. Já a pista sentido São Paulo foi esvaziada às 7h30. Logo após o protesto, GM e sindicato se reuniram e decidiram dar folga remunerada aos trabalhadores.

Mantega

Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse estar “satisfeito” com os números de empregos no setor automotivo e que as montadoras cumpriram o compromisso de manter o nível de ocupações em troca da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) por três meses.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e a CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular Conlutas), no entanto, criticaram o ministro e disseram que, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) baseado no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) a montadora já fechou 1.044 postos de trabalho só em São José dos Campos entre julho de 2011 e junho de 2012.