Donos de vans que fazem o transporte escolar intermunicipal reclamam da fiscalização e exigências da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Sete veículos de de cooperativas da região de Vargem Grande do Sul (SP) foram apreendidos esta semana.

As vans apreendidas foram levadas para Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de Casa Branca. Os alunos não conseguiram seguir viagem. “Ficamos por volta de três horas na beira da rodovia. Sem condições de ir para a faculdade ou ir para nossa residência. Fomos embora de carona”, disse o estudante Lucas Ferreira.

Os veículos apreendidos são de uma cooperativa formada por donos de vans de Vargem Grande do Sul, Casa Branca, Divinolândia e São Sebastião da Grama. Eles conseguiram uma liminar na Justiça para transportar estudantes até São João da Boa Vista sem a autorização da Artesp, mas a liminar foi cassada. “Nosso advogado vai entrar com um mandado de segurança para tentar recuperar os veículos sem pagar as multas”, disse o presidente da cooperativa Mário Celso Ferreira Pinto.

De acordo com a motorista Maria Lúcia Barboza, eles e o advogado não foram informados da cassação da liminar. “Quando nós ficamos sabendo eles já estavam no pedágio. Eles fecharam todas as entradas da cidade sem a gente ter nenhum meio para poder chegar”, explicou.

Por causa de operações como esta, os perueiros já fizeram uma manifestação em Vargem Grande do Sul, em agosto de 2010.

A Artesp autoriza que vans façam o transporte de estudantes entre uma cidade e outra, mas faz algumas exigências. Os donos das vans não concordam com dois itens: que o veículo tenha a até cinco anos e que seja usado exclusivamente para o transporte escolar. “Muitos não tem condições de estar comprando carro novo, porque é caro. A gente tem que estar fazendo viagem de turismo para poder pagar”, explicou Pinto.

Além disso, eles dizem que cumprem todas as recomendações de segurança. “A gente paga os impostos, os encargos que foram exigidos. Tudo o que foi pedido a gente fez, inclusive seguro de passageiro”, afirmou o motorista Gilberto Moreira.

Em nota, a Artesp informou que as exigências da lei são para que o transporte não ofereça riscos aos passageiros.

Prejuízo

Estudantes reclamam da situação e alguns já estão sendo prejudicados. “O ônibus é inviável para mim e para muitos. É uma hora e meia a mais que eu vou gastar indo de ônibus. A van me pega na porta de casa e me deixa na porta de casa”, disse o estudante Sandro Marquesini.

“Tem muita gente que está perdendo prova e tem que pagar para fazer prova. A gente está pagando, tem o direito de estudar”, ressaltou a estudante Bruna Misurini.