O Índice ABCR de Atividade referente ao primeiro trimestre de 2015 registrou queda de 1,6%, na comparação com o mesmo período do ano passado. No período, o fluxo de veículos pesados caiu 6,3% e o de veículos leves ficou estável. O índice que mede o fluxo de veículos nas estradas concedidas à iniciativa privada é produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada.

Na comparação de março contra fevereiro, considerando os dados dessazonalizados, o fluxo de veículos leves caiu 1,2% e o de veículos pesados registrou crescimento de 4,3%, resultando num índice geral positivo de 1,7%. “Nesta comparação, no caso do fluxo de pesados, vale a ressalva de que o movimento é explicado porque a comparação está sendo feito com dados bastante abaixo do normal, uma vez que o índice de fevereiro captou a restrição de fluxo provocada pela greve dos caminhoneiros, sobretudo no sul do País. Em março, nesse sentido, o que houve foi a devolução desses efeitos. A tendência da série de veículos pesados, apesar deste aumento pontual, tem sido de queda. Os dados trimestrais, por sua vez, dão uma boa radiografia dos movimentos da economia, que vem mostrando retração da atividade industrial e tendência recente de elevação da taxa de desemprego”, analisa Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria.

Os dados do Índice ABCR seguem em linha com diversos outros indicadores. A pesquisa Focus do Banco Central, que consolida as expectativas dos agentes de mercado para importantes variáveis econômicas, por exemplo, apresentou, nesta segunda feira, 6 de maio, revisão para baixo nas projeções para o PIB de 2015 pela 14ª semana consecutiva. A mediana das projeções encontra-se atualmente em -1,01%. A Anfavea, que também divulgou seus dados nesta semana, apresentou queda de produção de 7% em março e acumula baixa de 16,2% no primeiro trimestre.

Um dado importante do índice deste mês é a queda de 1,2% no fluxo de veículos leves. Esta é a terceira queda consecutiva deste dado, consolidando o reflexo do processo de deterioração do mercado do trabalho, com perda de postos e salários menores”, explica Bacciotti.

Na comparação com março do ano passado, o índice registra recuo de 2,1% com alta de 1,7% no fluxo de veículos pesados e queda de 3,5% no tráfego de veículos leves. “O crescimento de veículos pesados, também nesta comparação sofre efeito da greve dos caminhoneiros, que derrubou o índice no mês anterior, causando um crescimento parcial de equalização em março”, explica Bacciotti.

Nos últimos doze meses, o fluxo total teve expansão de 0,8%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves registrou variação positiva, de 2,7%, e o de pesados recuou 4,6%.

Período Leves Pesados Total
Março/15 sobre Março/14 -3,5% 1,7% -2,1%
Março/15 sobre Fevereiro/15 c/ ajuste sazonal -1,2% 4,3% 1,7%
Últimos doze meses 2,7% -4,6% 0,8%
 Acumulado no ano (Jan-Mar/15 sobre Jan-Mar/14) 0,0% -6,3% -1,6%