Rodovias federais registram aumento de 28,49% no número de multas por velocidade acima da permitida. De janeiro até setembro de 2010, já foram 9.799 infrações, somente no Ceará. No ano passado, no mesmo período, foram 7.626. A falta do uso do cinto de segurança é a infração mais cometida nas rodovias, segundo dados da Polícia Rodoviária federal

O número de multas por velocidade acima da permitida nas BRs em 2010 já é maior que no ano passado. O crescimento foi de 28,49%. Segundo o balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de janeiro até setembro, foram cometidas 9.799 infrações por excesso de velocidade. O número representa uma média de 1.088 multas por mês. Do total, 7.626 autuações estavam em velocidade superior à máxima permitida em até 20%. Entre 20% e 50%, foram 1.962 multas. E superior a 50%, 211.

No ano passado, no mesmo período, a PRF registrou 6.907, cerca de 767 multas mensais. As BRs 116 e 222 são as que registram o maior número de infrações. Segundo o chefe de comunicação da PRF, Darlan Antares, a utilização do radar móvel ficou mais constante no trecho urbano dessas rodovias este ano. “A movimentação nessa área é maior e os flagrantes acabaram ficando mais evidentes”, afirma. No ano passado, a PRF contava com dois radares, que eram posicionados pelo Interior também. Com o empréstimo do equipamento, houve maior concentração nas rodovias da Capital.

A coordenadora de Educação para o Trânsito, do Departamento de Transito do Ceará, Ana Cláudia Sales, alerta para a importância da conscientização dos motoristas em respeitar a sinalização. “Ao desrespeitar o limite de velocidade, o motorista está arriscando a vida. Tudo é uma questão de educação”.

A falta do uso do cinto de segurança é outra infração que torna o tráfego pela rodovia mais perigoso. Mesmo após 13 anos da lei de obrigatoriedade do uso do cinto, a infração é a mais cometida nas rodovias federais. De janeiro até setembro, foram 9.886 registros. O número é preocupante e serve de alerta para a conscientização dos motoristas que insistem em não se proteger. De acordo com o balanço da PRF, a falta do cinto permanece no topo do ranking já há alguns anos. No ano passado, nesse mesmo período, foram 12.423 condutores ou passageiros autuados.

O chefe de Comunicação Social da PRF afirma que a ausência do dispositivo de segurança favorece o acidente com morte. “Todo mundo já sabe o quanto é importante, mesmo assim tem motorista que insiste em não utilizar”. Para ele, o costume de não usar o cinto de segurança no trânsito urbano acaba se refletindo em viagens pelas rodovias. “O perigo aumenta porque os motoristas estão mais vulneráveis, já que os veículos estão em maior velocidade e nem sempre dá tempo desviar”, completa.

Para Ana Cláudia Sales, outro agravante é gerado porque muitos motoristas acabam vendo apenas o lado punitivo e esquece o caráter preventivo. “Não basta colocar o cinto de segurança ou reduzir a velocidade quando vê a fiscalização. Esse deve ser um hábito a ser seguido”. Ela destaca ainda a eficácia do dispositivo de segurança em um acidente. “Já ficou comprovado que o cinto previne o motorista contra lesões mais graves durante o acidente. Na colisão frontal, o passageiro deixa de ser arremessado”, exemplifica.