O número de ocorrências atendidas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-386 aumento 50% em um uma semana, após o fechamento da praça de pedágio no polo rodoviário de Lajeado, na região central do Rio Grande do Sul. Mas apesar do crescimento dos acidentes, o trecho não deve receber serviços de guinchos e ambulâncias.

Segundo a PRF, o aumento de ocorrências é reflexo do maior movimento da rodovia. “O efetivo se mantém o mesmo e a demanda é enorme. Nós estamos com dificuldade para conseguir atender os acidentes e prestar auxílio ao usuário. Damos prioridade aos acidentes mais graves”, diz o agente da PRF Leandro Wachholz.

E essa realidade não deve mudar. Com o fim dos polos de Caxias do Sul e Lajeado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) passa a ser o responsável pela manutenção de trechos da BR-116 e da BR-386 nessas regiões. E o trabalho não prevê serviços de socorro.

Nas rodovias estaduais, as praças de pedágio passam a ser administradas pela Empresa Gaúcha de rodovias (EGR), estatal recém-criada pelo governo para administrar as praças e deve passar a operar oficialmente na próxima quarta-feira (12). A tarifa cai de R$ 7 para R$ 5,20.

O novo modelo de pedágio do estado começa com tarifas mais baixas do que eram praticadas pelas concessionárias. Mas segundo a EGR, o valor cobrado dos motoristas será suficiente apenas para garantir a manutenção das estradas.

“As obras maiores, as outras questões, nos vamos ter que primeiro discutir com as comunidades e ver também nesse período, de seis meses a um ano, quanto que essa tarifa serve para fazer além disso, que é obrigatório e que a EGR vai fazer”, diz o presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto.

Para o engenheiro de trânsito Luiz Afonso Senna acredita que falta planejamento para a nova empresa do governo. “Se nos tivéssemos um cronograma de obras a ser feito, pré-definido, a gente poderia saber se haveria possibilidade deste valor cobrir, por exemplo, a construção de uma terceira faixa ou a expansão da via, a construção de uma nova ponte”, critica.