Oito policiais da 3ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram presos acusados de participar de um esquema de extorsão a usuários e empresários cujos veículos circulavam pelas estradas federais Costa Verde do Rio, no litoral sul fluminense. O chefe da delegacia era o líder do esquema e sócio de uma empresa de ônibus.

De acordo com a Polícia Federal (PF), no período de um ano, o líder movimentou mais de R$ 2 milhões, apesar do rendimento mensal de R$ 10 mil. A rodovia BR-101 (Rio-Santos) tem intensa movimentação de caminhões e veículos de passeio por causa do Porto de Sepetiba e do fluxo de turistas nas cidade de Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba, ponto de embarque para Ilha Grande.

“Os empresários pagavam propina sob pena de retaliação. O esquema foi descoberto após denúncia de um caminhoneiro. Ele foi retido por mais de seis horas em um dos postos, porque o dono do caminhão se negou a pagar propina para os agentes”, disse o delegado da PF de Angra dos Reis, Fábio Galvão, que comandou as investigações. A Justiça Federal informou que o inquérito corre sob segredo de Justiça e os nomes dos acusados não serão revelados.

Dez mandados de prisão foram expedidos, mas um dos acusados, um agente com 34 anos de profissão, morreu no ano passado e outro não tinha sido encontrado até o fechamento desta edição.

Ao todo 18 pessoas foram indiciadas no esquema, inclusive um empresário que recolheria a propina para os policiais. Oito pessoas responderão ao inquérito em liberdade.

“Os policiais avisavam aos empresários sobre fiscalizações nas estradas e também escoltavam caminhões que estavam com carga excedente”, revelou o delegado da PF. Todos são acusados de corrupção, concussão, formação de quadrilha armada, inserção de dados falsos no sistema da PRF, vazamento de informações e cancelamento ilegal de multas.

A investigação da PF durou um ano e mostrou que os bens dos policiais rodoviários federais eram incompatíveis com os rendimentos. Alguns patrulheiros têm lanchas e grandes quantias de dinheiro em contas bancárias, de acordo com o a PF.

Eles agiam nos quatro postos da delegacia, que tinha duas unidades na altura da cidade de Paraty e as demais nos municípios de Itaguaí e Angra dos Reis.