Nas margens das rodovias que cortam Pernambuco, o perigo anda sobre quatro patas. A operação Laçador, da Polícia Rodoviária Federal, vem tirando até vinte animais por dia das ruas e estradas – foram 110 em duas semanas. Durante duas semanas, cinco caminhões vão percorrer as rodovias mais críticas do estado. Depois, as prefeituras terão que cuidar da captura dos animais. Conscientização e fiscalização são as armas mais eficazes pra reduzir este drama frequente nas rodovias.

Somente este ano, onze pessoas morreram vítimas de acidentes envolvendo animais na pista. Nos últimos três anos foram 29 mortes. Segundo o inspetor da PRF Renato Brito (foto 6), acidente envolvendo animais geralmente causa lesões graves ou morte.

Se um bicho anda solto nas rodovias, a responsabilidade é do dono do animal. As punições estão previstas por lei, mas na prática, em caso de acidentes o dono do animal nunca aparece. “Todos os proprietários que estão deixando os animais transitando pelas ruas estão sujeitos a responder tanto civilmente como penalmente o processo na justiça decorrente de qualquer acidente que ocorra”, afirma Renato Brito.

A PRF convocou vaqueiros e trabalhadores com experiência no campo pra capturar os bichos. Mesmo com experiência, os mais novos ajudantes dos policiais têm que se esforçar pra correr atrás dos animais. Dois cavalos conseguiram até pular as placas de cimento que separam as pistas da BR-232. Embarcar os animais é outra complicação. “É típico mesmo do animal que vive solto? Nunca leva corda e quando leva fica deste jeito. Dá coice e tudo”, conta Joselino José da Silva, responsável pela equipe de apreensão de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.

Em Jaboatão, bois e vacas passeiam tranquilamente entre os carros. Depois de bater em dois cavalos que estavam na BR-101, o motorista morreu na hora e o carro ficou totalmente destruído. À noite o risco é ainda maior. Outro carro ficou destruído e duas pessoas morreram quando o motorista tentou desviar dos bichos e bateu de frente na carreta.