Estrada que liga Viamão a Balneário Pinhal é marcada por congestionamentos e pelo risco de colisões e atropelamentos

Às vésperas de mais um final de semana em que milhares de motoristas se lançarão rumo ao Litoral, uma rodovia com menos de cem quilômetros apresenta pelo menos 14 pontos de risco aos condutores e exige atenção especial para evitar acidentes e contratempos.

A RS-040, que liga Viamão a Balneário Pinhal, convive com engarrafamentos em períodos de pico e ameaça redobrada de colisões e atropelamentos por ter entroncamentos com outras estradas e cortar perímetros urbanos movimentados.

A estrutura básica da via pode levar à falsa suposição de que ela permite uma viagem sossegada: um trajeto curto, com predominância de retas e umas poucas curvas suaves em um pavimento considerado regular pela Pesquisa de Rodovias da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) do ano passado.

As condições reais de circulação, como GaúchaZH testemunhou ao percorrer os 95 quilômetros de percurso, são bem mais complexas. A pista simples, com fluxo nos dois sentidos, transforma as ultrapassagens indevidas em um risco constante, e a existência de pelo menos quatro perímetros urbanos bastante povoados em suas margens – área central de Viamão, Águas Claras, Morro Grande e Capivari do Sul – exige atenção permanente a veículos entrando ou saindo na pista, pedestres e ciclistas, além de intensificar congestionamentos.

— É uma estrada sem curvas acentuadas, mas com alguns trevos de acesso a outras rodovias e que passa por várias aglomerações urbanas. Muitos acidentes ocorrem durante tentativas de ultrapassagem em locais proibidos — alerta o sargento do Comando Rodoviário da Brigada Militar Carlos Ferreira.

Um dos pontos mais delicados é o começo da viagem para quem sai da Região Metropolitana. Um estudo realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) sobre pontos críticos de rodovias gaúchas, com dados de 2007 a 2012, identificou o trecho urbano da RS-040 em Viamão como um dos mais perigosos. Nos primeiros nove quilômetros da via, foram registradas 47 mortes nesse período – o correspondente a 23% de todas as vítimas do trânsito no município no mesmo intervalo.

Isso não significa que os quilômetros seguintes estejam livres de ameaças. Outro levantamento realizado pelo Detran, que analisou ocorrências de 2007 a 2015 na região litorânea, identificou 37 vítimas apenas nos municípios de Balneário Pinhal e Capivari do Sul. Uma das tantas armadilhas pouco evidentes da estrada é a presença de comunidades indígenas nas margens do asfalto nas proximidades do quilômetros 39 e 60. Outro item a ser levado em consideração pelos motoristas é a má condição do acostamento ao longo de quase toda a extensão.

O diretor-presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Nelson Lidio Nunes, afirma que há um pacote de ações previsto para desatar alguns nós da estrada – que levaram a engarrafamentos de mais de seis horas na volta do Ano-Novo – como os entroncamentos com RS-118, RSC-101 e RS-784 (veja pontos abaixo). Mas as medidas, como um viaduto junto à RS-118 e estudos de soluções de engenharia para os outros locais, além de melhorias no acostamento, não serão imediatas.

— Planejamos investir R$ 105 milhões em seis anos. Desse valor, R$ 17 milhões serão aplicados em 2018 — afirma Nunes.

Fonte: GauchaZH