Os motoristas que trafegam, com frequência, pela Rodovia Lúcio Meira (BR-393), mais precisamente pelo trecho que liga a Cidade do Aço aos municípios do Vale do Paraíba, devem estar comemorando a paralisação da cobrança do pedágio situado em Dorândia, distrito de Barra do Piraí. Isso porque, segundo cálculos da economista Lucimeire Cordeiro da Silva Faria, os condutores de veículos estão economizando uma quantia considerável ao cruzarem a via sem ter que desembolsar a tarifa cobrada pelo posto.

Com base nas tabelas de preços vigentes (R$ 4,10 para carros de passeio e R$ 8,20 para ônibus e vans), a especialista descobriu que, no período entre os dias 3 (início da paralisação) e 13 (anteontem), os condutores em geral embolsaram nada menos que R$ 54,00, enquanto os motoristas de vans e ônibus economizaram R$ 108,00 (considerando apenas ida).

Se o pagamento continuar proibido durante um ano ininterrupto, a economia para os donos de automóveis em geral pode chegar a R$ 1.496,50. Para vans e ônibus, o valor seria R$ 2.993,00. Ao mês, a economia para o primeiro grupo citado seria de R$ 124,71, sendo para o segundo de R$ 249,42.

Os cálculos levaram em conta que passam pelo local, diariamente, cerca de seis mil veículos – informação divulgada pela assessoria de imprensa da Acciona, concessionária responsável pela administração da estrada – e contabilizaram apenas um pagamento diário, ou seja, somente ida.

– Para aqueles que utilizam ida e volta, a economia chega a R$ 108,00, para condutores de carros, e R$ 216,00, para os motoristas de vans e ônibus, durante treze dias – estimou a professora do Centro Universitário Oswaldo Aranha (UniFOA), em Volta Redonda.

As pessoas que viajam, diariamente, pela Rodovia Lúcio Meira, e pagam ida e volta, terão uma economia ainda maior, caso o pagamento continue suspenso por um ano.

– Nesse caso, os motoristas de carros convencionais embolsariam R$ 2.956,50, enquanto os de vans e ônibus enxugariam do orçamento o montante de R$ 5.986,00 – calculou.

Prejuízos

Se para os motoristas a paralisação da cobrança significa economia, é claro que para a Acciona isso representa prejuízos. Lucimeire também avaliou o impacto dos números no orçamento da empresa.

– A unidade de pedágio deixa de faturar, por dia, aproximadamente, R$ 51 mil. Em treze dias, o valor totalizou quase R$ 656 mil – informou.

Para entender como tudo começou, vale lembrar que, no último dia 3, a concessionária foi impedida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de cobrar o pagamento dos usuários da pista. O órgão alega que a empresa não cumpriu algumas cláusulas da licença ambiental.