O governo do Paraná está realizando estudos preliminares para construir dois novos acessos -uma ferrovia e uma rodovia- ao porto de Paranaguá, principal exportador de grãos do país.

A rodovia, cujos estudos estão em fase inicial, seria uma alternativa à BR-277, que liga Curitiba ao litoral paranaense.

Em março, em plena colheita da safra de grãos, a estrada ficou interditada por uma semana por causa das chuvas que destruíram duas pontes. Até hoje, nesses trechos, os caminhões trafegam em pista simples.

A rodovia sairia da BR-376, perto da divisa com Santa Catarina, e iria até a PR-528, que percorre o litoral paranaense e vai até Paranaguá. No futuro, a ideia é que ela se estenda até a BR-116, que faz a ligação com São Paulo.

Segundo o secretário de Infraestrutura do Paraná, José Richa Filho, a “provocação” em fazer a nova rodovia veio do governo federal, com quem a pasta negocia um possível financiamento. O custo estimado até agora é de R$ 400 milhões.

Já o novo ramal ferroviário também teria um traçado semelhante ao da nova estrada e complementaria a atual ferrovia, que foi construída há mais de cem anos e está obsoleta, segundo Richa Filho.
A nova ferrovia deve ter uma declividade menor e curvas mais amplas, permitindo que os trens desçam com mais velocidade -hoje, as locomotivas atingem no máximo 25 km/h no percurso, que é bastante íngreme. A ideia é chegar aos 100 km/h.

Para a ferrovia, já foi publicada em “Diário Oficial” a concorrência para contratar o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, a ser bancado pelo governo federal. O estudo deve começar até o final do ano.

A Associação Nacional dos Exportadores de Grãos considera a medida “espetacular”, tendo em vista os recentes problemas com a atual rodovia de acesso ao porto.

Já a Faep (Federação de Agricultura do Paraná) questiona a necessidade da nova rodovia, e diz que esse não é um investimento prioritário. “Acho até um abuso, um desperdício de dinheiro”, diz o técnico em infraestrutura da Faep, Nilson Hanke Camargo. Mas a ferrovia é tida como “urgente” e “necessária”.