A falta de saneamento básico e de duplicação da PR-323 são apontados como dois dos principais problemas dos municípios das regiões de Cianorte e Umuarama. A informação é do levantamento feito pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR), apresentado ontem em Cianorte (a 81 quilômetros de Maringá) a prefeitos e profissionais de engenharia dos municípios de Cianorte, Tapejara, Rondon, Indianópolis, São Manoel do Paraná, Guaporema e Cidade Gaúcha.

De acordo com o estudo, por ser uma das rodovias mais movimentadas do Paraná e ter apenas uma pista, a PR-323 é uma das que registram maior número de acidentes com mortes.

Além de atender todos os municípios desde a região de Guaíra, a rodovia é utilizada por veículos provenientes do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, principalmente cargas em direção ao Porto de Paranaguá.

“Esta é uma região completamente agrícola e um dos grandes empecilhos para o desenvolvimento é a falta de condições ideais para um transporte mais eficiente”, comentou Alex Godoi, representante da Associação dos Engenheiros de Cianorte.

Segundo ele, a entidade tem debatido o assunto e chegou à conclusão de que é possível fazer a duplicação da rodovia por meio de uma parceria público-privada, em vez de esperar que o governo estadual reserve recursos para a obra.

Outra opção sugerida pela Associação é a implantação de um pedágio de manutenção, que cobraria um preço simbólico para pagar a pavimentação de uma segunda pista e, depois, um valor ainda menor como taxa de manutenção.

A ideia foi vista pelos prefeitos como viável. Edno Guimarães (PMDB), de Cianorte, considerou que são os próprios municípios da região que devem buscar saídas para que a rodovia seja duplicada. Ele afirma que a falta de uma segunda pista na PR-323 impede o desenvolvimento dos municípios do noroeste.

Esgoto

Com exceção de Cianorte e Umuarama, os demais municípios da região não têm coleta e tratamento de esgoto, segundo informou o engenheiro civil Celso Massaoka, que participou da elaboração do estudo.

De acordo com ele, além de apresentar o retrato da região, o levantamento objetiva mostrar ao poder público que existe verba destinada à instalação desse tipo de serviço básico.

“A Funasa fornece a municípios de até 50 mil habitantes um projeto completo para a rede de tratamento e esgoto, mas as prefeituras tem que solicitar, precisam apresentar projeto”, esclarece.

O coordenador de Engenharia da Caixa Econômica Federal, Renato Delgado, apresentou aos gestores como é possível reduzir prazos de tramitação dos processos que utilizam recursos provenientes do Orçamento Geral da União, conseguindo obter esses recursos de forma mais ágil.

Extensão
173 é quantidade de quilômetros da rodovia PR-323 no trecho entre Maringá e Umuarama