A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) deverá analisar, por meio da Comissão de Transportes e Comunicações, proposta do 2º secretário do Poder Legislativo, deputado Edmir Chedid (DEM), que determina a retirada de cancelas das praças de pedágio das rodovias estaduais. O intuito é garantir proteção à integridade física dos usuários do sistema viário estadual, conforme argumento apresentado ao Poder Legislativo.

 De acordo com Edmir Chedid, existem muitas reclamações na Alesp decorrentes de problemas com as cancelas que chegam a provocar atrasos nas cabines destinadas para os sistemas de cobrança automática e até acidentes graves devido às falhas técnicas de operação. “A situação observada em algumas praças de pedágio é vergonhosa e desrespeitosa, o que nos tem provocado muita indignação. Afinal, pagamos para ter um serviço de qualidade”, disse.
Em seu argumento, o parlamentar também afirmou que o funcionamento inadequado das cancelas tem provocado danos aos veículos e consequente prejuízo financeiro aos seus proprietários. “Existem relatos de pessoas que tiveram o carro amassado pelas cancelas, para-brisas quebrados e até de acidentes com vítimas. Esta situação precisa ser revista urgentemente pelo governo do Estado, responsável por fiscalizar a manutenção de todos os equipamentos”.
A análise da proposta deverá ter início a partir da próxima quarta-feira, 11/3, quando ocorrerá a reunião ordinária da Comissão de Transportes e Comunicações. Caso haja consenso entre os parlamentares membros desta comissão permanente do Poder Legislativo, a proposta poderá resultar num Projeto de Lei – autoria coletiva – a fim de promover agilidade para a questão. “Espero que os demais deputados possam compreender a urgência”, completou.
SP-326
Edmir Chedid pode constatar o problema provocado por cancelas no sábado, 28/2, numa das praças de pedágio da SP-326 (Rod. Brigadeiro Faria Lima), entre Barretos e Matão, ao retornar de compromisso oficial em Olímpia. Na ocasião, uma das cancelas de cobrança automática apresentou defeito e, mesmo com a autorização do sistema após a validação de créditos, reteve o veículo provocando atraso entre os usuários do sistema viário.
“Não bastasse esse atraso, pude constatar que o equipamento estava danificado, o que demonstra, em minha opinião, descuido da empresa concessionária na manutenção da praça de pedágio. Desta vez foi só um atraso, mas acredito que poderia ter ocorrido algo muito mais sério, visto que havia chuva intensa neste trecho da rodovia. Este foi o meu relato, mas conheço uma centena de outros que aguardam respostas”, finalizou o deputado Edmir Chedid.
Motoclistas morreram no Paraná por causa de uma corrente no pedágio
Em setembro de 2014 a esposa de um motociclista morreu numa praça de pedágio da BR-369, na região de Jacarezinho, no Paraná.
Ela estava na garupa da moto do marido que tentou passar pela lateral da praça de pedágio. Uma corrente que protegia o local se enrolou no pescoço da mulher e a ‘enforcou’, segundo informações do Corpo de Bombeiros.
Segundo funcionários da praça de pedágio informaram para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que o casal seguia sentido Jacarezinho/Ourinhos quando tentaram passar pela lateral da praça, local onde existe uma corrente de proteção e não há cancelas de cobrança. A corrente atingiu primeiro o marido, Eduardo Alves Braga. Ao cair a corrente soltou dele, arrebentou e enrolou no pescoço de sua esposa, Gisele Particelli Alves Braga, o que causou a asfixia e fratura da cervical. A corrente tinha como objetivo evitar que as pessoas passassem sem pagar. O marido de Gisele negou no hospital que tivesse essa intenção. Tudo indica que o casal confundiu a achou que não havia cobrança para motocicletas, como ocorre em algumas praças de São Paulo.  Poucos dias depois Eduardo também faleceu.