O pedágio do Paiva, por onde passam, em média, mais de 8 mil veículos por dia vai subir 5,1% a partir do próximo dia 14. O reajuste é previsto no contrato de concessão da Rota dos Coqueiros, no Cabo de Santo Agostinho, e ocorre anualmente na mesma data. As tarifas do carro de passeio subirão de R$ 3,90 para R$ 4,10, em dia de semana, e de R$ 5,90 para R$ 6,20 no fim de semana. O Paiva é a primeira e, até agora, única rodovia pedagiada em operação, no Estado.

O percentual é a aplicação da inflação oficial do Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e é autorizado pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe). O reajuste será aplicado em todas as nove categorias de veículos que transitam pelo acesso ao Paiva (um conjunto de ponte de 320 metros de extensão, sobre o Rio Jaboatão e de uma via de 6,2 quilômetros), de motos a caminhões leves.

O acesso ao Paiva nasceu para viabilizar um grande investimento turístico-imobiliário, a Reserva do Paiva, no Cabo, um complexo bilionário de vários tipos de imóveis, desenvolvido em parceria entre a Odebrecht e os Grupos Cornélio Brennand e Ricardo Brennand. Mas hoje é caminho alternativo para o motor econômico de Pernambuco, o Complexo Industrial Portuário de Suape. Ele é capaz de reduzir o percurso em 17 quilômetros.

Com isso, houve mudanças nos números previstos inicialmente na concessão. As obras, operação e manutenção do acesso ao Paiva, um contrato de dezembro de 2006, são uma parceria público-privada (PPP) que prevê receita própria, o pedágio, mais uma contrapartida pública. A Rota dos Coqueiros levou o pacote ao oferecer o menor custo para o governo ao longo de 33 anos, um total, no período, de R$ 44,1 milhões.

Acontece que o boom de Suape ajuda a reduzir o gasto público na PPP, comenta o diretor de Regulação Econômico-Financeira da Arpe, Hélio Lopes.

É que, por contrato, as prestações públicas podem cair, dependendo do faturamento do pedágio. “Sempre que isso acontece, há um compartilhamento desse excedente entre o Estado e a concessionária”, comenta o diretor da Arpe.

Assim, na prática, em vez de “embolsar” o excedente, o governo usa os recursos para reduzir sua contrapartida. “Hoje, o maior faturamento do pedágio está contribuindo para isso”, afirma Hélio Lopes.

Para se ter uma ideia, até o ano passado o governo previa atingir um tráfego de 6.500 veículos diários no Paiva, quando na realidade o fluxo já havia atingido 8 mil. “A nossa média hoje é de 8.100 veículos por dia. Já houve fim de semana de haver fluxo de 13 mil veículos em um único dia”, comenta o diretor-presidente da Rota dos Coqueiros, Elias Lages.

O executivo diz que o fluxo acima do previsto tem outro aspecto, além do benefício financeiro. “O aumento de tráfego traz mais custos de manutenção e mais necessidade de investimentos”, comenta Elias.

Segundo ele, os diferentes gastos, como manutenção de asfalto e reparos, por exemplo, consumiram R$ 5 milhões, apenas em 2011. “Os índices de conforto ao motorista são medidos pelo governo constantemente, em uma nota de zero a dez. Nos últimos três meses, nossa nota ficou em 9,65, um desempenho excelente”, garante Elias Lages.

A Rota dos Coqueiros é formada por duas empresas do Grupo Odebrecht mais o Grupo Cornélio Brennand, que tem participação de 25% no negócio.

Pernambuco terá em breve o segundo pedágio, conhecido como Express Way (conjunto de acessos a Suape), e estuda um terceiro, em uma rodovia alternativa ao trecho urbano da BR-101, o Arco Metropolitano a possível segunda PPP rodoviária do Estado.