A assessoria da empresa Viação 1001 informou que, até a noite de ontem, segunda-feira (22), sete vítimas do acidente com ônibus na serra Rio-Teresópolis estavam em estado grave. Seis delas no Hospital das Clinicas de Teresópolis, na região serrana do Rio, onde 16 estavam internadas; e uma no Hospital Miguel Couto, na Gávea, zona sul da capital, onde tinham dois feridos.

Ainda segundo a empresa, das seis vítimas graves do Hospital das Clinicas de Teresópolis, quatro passaram por cirurgia.

O IML (Instituto Médico Legal) informou que seis corpos de vítimas da tragédia com o ônibus na serra Rio-Teresópolis foram liberados após reconhecimento de familiares. Os corpos foram liberados, mas continuavam no IML na manhã desta terça-feira (23).

Até 7h15, dez corpos estavam no instituto no centro do Rio. De acordo com a assessoria da empresa de ônibus Viação 1001, na tarde de segunda, a Defesa Civil divulgou que 11 pessoas morreram. No entanto, durante a noite, a empresa recebeu a informações de que uma vítima que foi levada para o Hospital de Saracuruna, na baixada, morreu, totalizando 12 mortos e 18 feridos no acidente.

Da varanda de casa, os professores universitários aposentados Murilo Mendes e Lea Marques Guimarães viram o acidente que aconteceu na tarde de segunda-feira (22). O casal, que vive na serra Rio-Teresópolis há 30 anos, diz que acidentes na BR-116, especialmente naquele trecho do km 102, estão ficando mais frequentes e graves.

Segundo Murilo, os veículos descem cada vez mais a serra com uma velocidade muito além dos 60 km/h, o permitido para a via.

— Na maior parte, a serra fica sem fiscalização. Às vezes, a PRF [Polícia Rodoviária Móvel] usa a fiscalização móvel. No entanto, o intuito é multar, e não impedir o mau comportamento. Motoristas passam aqui a 120km/h.

Lea estava com a cachorrinha no colo quando ouviu um sol alto, e o ônibus passar em seguida já saindo da estrada em alta velocidade. No vídeo abaixo é possível ver o que a câmera de segurança da casa de Lea e Murilo registrou do acidente.

— De repente ouvi um barulho tão alto, que parecia uma pedreira explodindo. O coração veio na boca. Depois passou o ônibus, parecendo uma bola de canhão.

O casal ligou por ajuda e depois deixou sobreviventes usarem a casa para ligar aos familiares.

O acidente será investigado pela Delegacia de Guapimirim (67ª DP). De acordo com a PRF, as duas hipóteses que se trabalha são de uma falha mecânica, como falta de freio, ou uma questão de saúde com o motorista.

Ainda segundo o chefe da 4ª Delegacia da PRF, Paulo Sérgio Gama da Luz, as primeiras informações são de que o motorista desceu um trecho da serra piscando o farol para indicar que o veículo estava com algum problema.

Os corpos foram levados para o IML do Rio de Janeiro.