Em meio à polêmica que rodeia o futuro da administração das rodovias no Rio Grande do Sul, uma nova decisão revelou o desgaste no relacionamento entre governo e concessionárias. O Executivo anunciou que não vai aprovar reajuste nas tarifas de pedágio em 2012. Será o terceiro ano consecutivo que o preço ficará estagnado, aumentando a ira das empresas, que vêm apontando desequilíbrios em seus contratos para pressionar o Estado a dispensar uma nova licitação e renovar diretamente os convênios que encerram em julho de 2013.

A proposta das concessionárias, dentre elas a Santa Cruz Rodovias, que controla as praças de Venâncio Aires, Candelária e Rio Pardo, era que a tarifa fosse elevada dos atuais R$ 6,00 para R$ 6,70, considerando as perdas acumuladas dos anos anteriores. Embora o reajuste esteja previsto nos contratos, o secretário de Infraestrutura, Beto Albuquerque, disse que não há como conceder porque o governo não tem certeza que as empresas cumpriram todas as atribuições previstas no acordo firmado no final da década de 1990. Uma empresa de consultoria deve ser contratada em janeiro para avaliar o patrimônio das empresas, analisar o atual modelo de concessão e sugerir um novo.

O congelamento das tarifas tem origem em 2009, quando a União recusou a devolução de seis polos de pedágio que incluem rodovias federais. Isso gerou um impasse nos dois anos seguintes, visto que nenhum dos lados quis assumir a formalização dos reajustes.