A Polícia Rodoviária Federal vai intensificar ainda mais a fiscalização de embriaguez ao volante durante a operação Carnaval, que começa à zero hora desta sexta-feira e vai até a meia-noite da Quarta-feira de Cinzas. Com mais de 1200 etilômetros em postos e viaturas, policiais rodoviários federais poderão solicitar que o motorista realize o teste de embriaguez a qualquer momento, seja em “abordagens de rotina” ou em blitzen especificas. A operação contará com mais de dez mil agentes.

Maior rigor e aplicabilidade
Com as mudanças na Lei Seca, não existe mais tolerância para a quantidade de álcool no organismo de quem dirige. Qualquer traço de álcool verificado é suficiente para o motorista pagar uma multa de 1.915 reais, ter a carteira suspensa e ser impedido de seguir viagem. Segundo especialistas, o corpo humano é capaz de eliminar uma dose de álcool por hora – o equivalente a uma lata de cerveja, um dose de destilado ou uma taça de vinho, desta forma, o motorista que bebeu durante toda uma noite de festa deverá esperar um longo período para que esteja apto a dirigir novamente. Dormir, tomar café amargo ou outros paliativos disseminados pelo senso comum podem até deixar a pessoa mais desperta, mas não são capazes de acelerar o processo de metabolismo e a eliminação do álcool do corpo.

Com a instituição do grau zero, o motorista que se negar a assoprar o bafômetro será submetido às penalidades administrativas (multa e recolhimento da carteira de habilitação), mesmo que não apresente sinais de embriaguez. Caso os sinais sejam evidentes, a recusa passa a caracterizar crime de trânsito e consequentemente será feita a prisão em flagrante.

No primeiro mês de aplicação da nova lei, a PRF aplicou 141.676 testes de alcoolemia e retirou mais de três mil motoristas embriagados de circulação – 1408 foram presos em flagrante. Em média, foram realizados três testes por minuto; a cada hora cinco motoristas foram autuados e 46 prisões foram realizadas por dia.

Na estrada
O Carnaval é o feriado com a maior movimentação nas rodovias federais e o motorista deve estar atento e respeitar a sinalização, principalmente no que diz respeito à velocidade permitida e ultrapassagens. No Carnaval de 2012, as colisões frontais (ou batidas de frente) mataram 86 pessoas e feriram 264. Esse tipo de acidente acontece principalmente em duas circunstâncias: quando o motorista ultrapassa em locais proibidos ou, em locais permitidos, calcula mal o tempo e a distância necessários para realizar a manobra.

Outra pratica condenável e frequentemente flagrada pela PRF é dirigir pelo acostamento. Apesar da multa “salgada” de 574 reais e sete pontos na carteira, motoristas “apressadinhos” usam o acostamento como faixa de trânsito ignorando o risco de se envolverem em atropelamentos ou colisões. No último carnaval, 6.892 veículos foram multados por trafegar pelo acostamento.

Com base no feriado do ano passado, a PRF alerta:
 Mantenha uma distância segura do veículo que vai à frente. No carnaval passado, o acidente mais frequente foi a colisão traseira, um total 1200 ocorrências (34% do total).
 Não force ultrapassagens, nem ultrapasse em faixa contínua, pontes e curvas. Essa imprudência é geralmente a principal causa de colisões frontais. Embora represente apenas 3% dos acidentes atendidos, 86 mortes, 45% do total registrado no Carnaval 2012 foram ocasionadas por esse tipo de acidente. Essa conduta de risco é combatida com rigor – 14.342 motoristas foram multados por ultrapassarem em locais proibidos, no mesmo período.
 Cuidado com pedestres, especialmente em áreas urbanas. Embora os atropelamentos representem apenas 2% dos acidentes, no Carnaval do ano passado eles causaram 12% das mortes.
 Evite dirigir à noite, apesar de muitos acreditarem que o período noturno é mais tranquilo, o risco é maior: 53% dos acidentes fatais ocorreram à noite! No Carnaval passado, durante o dia, a média foi de uma morte para cada 20 acidentes. No período noturno, em média, para cada 15 acidentes uma morte. O risco é 25% maior.