De 2011 para cá a BR-163, conhecida como “rodovia da morte” de Mato Grosso do Sul, já registrou 128 óbitos, número incomparável ao registrado em qualquer outra rodovia nesta região do País. O projeto de duplicação da estrada tramita há quatro anos na Câmara, novela que promete ir ao fim com a apresentação do estudo da obra que é feio pelo Ministério dos Transportes.

Durante reunião com o Governo do Estado, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, se comprometeu a apresentar o estudo até o dia 13 de maio, que deve conter dados sobre opções de delegação, concessão, pedageamento, não concessão e duplicação.

Em 2009, a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul) associou-se à Maçonaria em um movimento pela duplicação da rodovia. Mas o antigo diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte), Marcelo Miranda, descartou a possibilidade de duplicação da rodovia e assegurou que a grande quantidade de acidentes nada têm a ver com possíveis falhas estruturais.

O atual presidente da OAB/MS, Leonardo Duarte, ressaltou as respostas da sociedade à duplicação no Encontro Nacional de Segurança e Crimes de Trânsito, que aconteceu em Campo Grande durante o mês de abril.

“Foram identificados dois trechos complicados na BR-163, que são de Campo Grande a Coxim e de Campo Grande a Nova Alvorada do Sul. Há muita reclamação do estado de conservação das rodovias também. Todas as reclamações foram encaminhadas para o Ministério dos Transportes e DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) para fazer coro ao estudo que está sendo feito sobre a duplicação”, completou.

Importância da duplicação

A assessoria de comunicação da PRF (Polícia Rodoviária Federal) divulgou os números de acidentes e mortes registrados entre 2010 e 2012. Os trechos do quilômetro 0 ao 10 são os que mais registraram acidentes. Em 2010, foram 126 acidentes, com 17 pessoas feridas e 6 mortes.

Em 2011, foram 120 acidentes, 26 feridos e nenhuma pessoa morta. Os trechos próximos da Uniderp Agrárias, no perímetro urbano de São Gabriel do Oeste e pontos altos da rodovia sem a duplicação são os mais perigosos.

Ao todo, foram 1.636 acidentes registrados em 2011, com 1.067 feridos e 102 pessoas mortas. Somente no início de 2012, de janeiro a abril, foram registrados 438 acidentes, 295 feridos e 26 mortos, os números mais altos registrados no Núcleo de Acidentes da PRF.

Duplicação dos trechos está prevista no PAC

As obras para duplicação de trechos da BR-163 foram incluídas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo o senador Waldemir Moka (PMDB), as obras constam como prioridade do governo para 2012.